Uma tragédia anunciada no Paraná de Ratinho Junior

Assim como o Brasil, Paraná está à deriva sem qualquer política séria de isolamento.

Leandro Santos Dias 25 fev 2021, 14:05

O governador Ratinho Junior, filho do apresentador Carlos Massa, o Ratinho, vem fazendo do Estado do Paraná um laboratório das políticas de Bolsonaro.

Ainda em outubro de 2018, a cópia fajuta de Bolsonaro anunciou nada mais nada menos que um General para secretário de segurança pública, o General Carbonell. Essa nomeação deu o tom do governo que ataca os mais pobres do Estado sem o menor pudor.

Agora em medida consonante as aspirações de seu líder Bolsonaro, e a velha máxima de abrir tudo para voltamos a normalidade, como se uma canetada de um governante sem o menor apreço pela ciência fosse capaz de domar um vírus tão poderoso, o governador determinou a volta às aulas presenciais.

Essa semana dois professores nos deixaram já, isso sem ter o ciclo das voltas as aulas completadas, tem denúncias de escolas com surto de covid em Foz do Iguaçu, Ponta Grossa e Curitiba além de outras menores, são mais de 50 escolas interditadas devido a covid19.

O governador esteve em Ponta Grossa essa semana para inaugurar uma vez mais ampliação da estrutura do Hospital Regional gestado pela UEPG, pois os leitos uma vez mais chegaram em 100%, na capital do Estado os leitos SUS estão 100% ocupados também.

Na região Oeste Cascavel, Toledo e Região de muita produção em frigoríficos, com surtos na primeira onda que paralisaram produções e agora nem bem começou a segunda onda e a capacidade já é superada pela força do vírus.

O governador seguindo os ditames de seu mestre e o boçal do seu pai que tem um canal de TV para defender AI5, age como se nada tivesse ocorrendo, quando perguntado sobre covid19 no estado vai logo alertando que não é especialista e que as perguntas têm que ser encaminhadas para a secretaria de saúde.

Com esse panorama caótico a burguesia Paranaense que só pensa na “volta à normalidade” pressionou e Ratinho cedeu ou melhor afrouxou mais as restrições e ainda por cima determinou a voltas as aulas.

Com a pressão da categoria e o avanço da covid19 o governador recuou e adiou a volta as aulas para março, mas isso não muda quase nada, pois até lá servidores e servidoras tem que preparar as salas, escolas, receber pais para entregar materiais e passar orientações.

O fato é que assim como o Brasil, o Estado do Paraná está à deriva sem qualquer política séria de isolamento e qualquer incentivo a medidas de conscientização colocando a ciência e a educação como prioridades.

O resultado não poderia ser outro, o vírus avança de forma avassaladora e agora a vítima são os profissionais da educação que para agradar poucos setores da economia, são lançados a sorte em ônibus lotados, salas cheias com pouca possibilidade de se manter condições mínimas de higiene.

Há alguns meses o governador estava negociando com o governo Russo a compra de lotes da vacina Sputinik V, mas foi só o governo federal anunciar seu plano de imunização, sem vacinas, que o assunto morreu no Estado do Paraná.

O argumento usado sempre é o econômico, sendo que acompanhando ao redor do mundo a evolução do vírus é possível constatar que foi justamente os países que fizeram isolamento mais radical que apresentam melhora econômica ou menores perdas.

Vale destacar que mortes geram tanto na iniciativa privada quanto na pública indenização milionárias e fica difícil combinar isso com o argumento econômico de que voltar tudo ao normal ajudaria a economia, não é bem assim. O custo humano é incalculável e o peso sobre o SUS não é nada recomendável, pois como os fatos falam por si, inaugurações de mais leitos, isso significa que o SUS está no seu limite.

Com todo esse panorama podemos observar que professores, servidores, são lançados a uma experiência macabra e com isso toda a sociedade, estando também na linha de frente dessa contaminação em massa, os alunos.

As forças democráticas do Estado precisam reagir, os movimentos sociais, coletivos de educadores, estamos vivenciando uma verdadeira barbárie e não podemos aceitar, não podemos esperar nada da direção pelega da APP (sindicato dos professores e servidores da rede estadual) que a muitas décadas está acomodada demais aos acordos com os governos de plantão, incluindo acordos com Beto Richa e seus sucessores.

É preciso estar ao lado dos lutadores e das lutadoras, saber que eles podem inclusive estar cansados com a APP que só gera desilusão e frustrações na categoria, temos que ter uma solidariedade sólida e lutar para que as aulas presenciais sejam canceladas.

Ao par dessas medidas também precisam estar outras medidas de solidariedade, como a questão da renda para quem não tem, o governador ao invés de estar preocupado com sua popularidade com os empresários do Paraná deveria estar aprovando junto a sua larga maioria na ALEP uma ajuda na forma de um auxílio emergencial estadual aos que mais precisam.

A morte desses dois professores, Miguel Forlin, ex presidente do núcleo sindical de Francisco Beltrão e a professora Edinéia Soares, da rede pública municipal de Cascavel por covid19 tem um responsável e se chama Ratinho Junior –PSD.

Essas mortes não podem ser naturalizadas, elas têm que servir de combustível para uma luta que coloque esse estado abaixo e a ganancia e o lucro virem motivo de vergonha, pois toda vida importa e não será naturalizada a comercialização de nossas vidas.

Miguel Presente, Edinéia Presente!!!


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