Porque marchamos com a FNL?
Arquivo pessoal de Claudemir Novais.

Porque marchamos com a FNL?

Respondemos positivamente ao convite da FNL e apoiamos a Marcha pela Reforma Agrária, uma mobilização pelo direito à terra e em defesa das lutadoras e lutadores perseguidos pelo latifúndio.

Israel Dutra e Thiago Aguiar 14 out 2021, 18:58

A Frente Nacional de Luta – Campo e Cidade (FNL) prepara uma grande Marcha pela Reforma Agrária em São Paulo, partindo de Sorocaba no dia 9 de novembro e caminhando até a capital paulista. A marcha está sendo organizada como uma resposta à grave crise nacional, à paralisação, pelo governo, da reforma agrária e aos ataques de Bolsonaro ao povo brasileiro.

A FNL atua em 13 estados brasileiros e tem, entre seus quadros, lideranças históricas da luta pela reforma agrária no país, como José Rainha Jr. e Diolinda Souza. Atualmente, a FNL tem expandido sua intervenção no movimento popular em estados como o Rio Grande do Sul e vem protagonizando a retomada do movimento de ocupação de terras na região do Pontal do Paranapanema no estado de São Paulo.

A marcha, ousada, é um passo à frente, um grande gesto que relembra os melhores momentos da luta pela reforma agrária no Brasil. O MES está diretamente envolvido no apoio político e organizativo e queremos que o conjunto do ativismo tome parte desse combate. Na última quarta-feira (13), uma plenária reuniu mais de 40 entidades no Sindicato dos Metroviários de São Paulo, dando a largada para o apoio das cidades à marcha.

A marcha e a conjuntura nacional

Qual o papel da marcha diante da complexa conjuntura nacional? Em primeiro lugar, a mobilização será um grito do povo, dos pobres do campo e da cidade contra a alta de alimentos, o desemprego, a carestia e a volta da fome.

Após a manifestação de 2 outubro, cuja insuficiência demonstrou, mais uma vez, a estratégia da maioria das oposições de não investir nas ruas pela derrota de Bolsonaro, a marcha da FNL será um exemplo, uma ilustração de muitas lutas moleculares que, por vezes, ficam isoladas pela falta de coordenação das lutas. Nos últimos meses, por exemplo, trabalhadoras e trabalhadores têm-se colocado em movimento, como os servidores da capital paulista contra a nova reforma da previdência do Sampaprev 2, os trabalhadores em greve da Proguaru, em Guarulhos, a greve dos metalúrgicos da GM e a luta do funcionalismo em todo o país contra a PEC 32.

Ao mesmo tempo, é fundamental enfrentar o governo antipopular de Bolsonaro, que atua em defesa da burguesia, dos especuladores bilionários e dos latifundiários, combatendo a reforma agrária. Bolsonaro, seus apoiadores e seu secretário de assuntos fundiários Nabhan Garcia defendem o armamento no campo, o que tem levado ao aumento da violência e das mortes.

No entanto, o governo não consegue sair de suas crises. Por isso, é necessário enfrentar e ampliar suas contradições. Apesar do esfriamento da mobilização nas ruas pelas direções majoritárias da oposição, que apostam tudo na eleição de 2022, a vida de Bolsonaro não está fácil: após a crise da conta milionária de Paulo Guedes num paraíso fiscal, agora a luta intestina pela indicação do novo ministro do STF opõe o centrão e chefes de organizações político-religiosas evangélicas, como o reacionário Silas Malafaia.

Uma aposta na luta

Por tudo isso, respondemos positivamente ao convite da FNL e apoiamos a Marcha pela Reforma Agrária. Esperamos que a mobilização chame a atenção para a luta pelo direito à terra e em defesa das lutadoras e lutadores pela reforma agrária, como Zé Rainha e Claudemir Novais, dirigentes da FNL, ameaçados por processos judiciais e pela perseguição dos latifundiários.

Chamamos nossa militância a contribuir com a organização da marcha, participando da campanha de arrecadação para viabilizá-la e das atividades propostas. Pela reforma agrária e em defesa dos que lutam, todas e todos à Marcha pela Reforma Agrária da FNL!


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