Convenção do PSOL-RS oficializa nomes de Pedro Ruas e Neiva Lazzarotto ao governo Estado
Evento da sigla formalizou federação partidária com a Rede, com apoio da Unidade Popular (UP)
Em convenção eleitoral realizada no último domingo (24), em Porto Alegre, o PSOL-RS formalizou a federação partidária junto com Rede e o apoio da Unidade Popular (UP), lançando a candidatura de Pedro Ruas e Neiva Lazzarotto ao governo do Estado.
O evento ainda oficializou os nomes do vereador Roberto Robaina (PSOL) para a disputa ao Senado – com suplência de Gisele Domingues (PSOL) e Luis Benhur Pedroso (PSOL), além de 36 candidaturas a deputado estadual (32 do PSOL e quatro da Rede) e de 32 a deputado federal (30 do PSOL e duas da Rede).
Entre os nomes do Movimento Esquerda Socialista (MES), destaque para a presidenta do PSOL gaúcho, Luciana Genro, que concorrerá à reeleição para a Assembleia Legislativa no Rio Grande do Sul, enquanto Fernanda Melchionna buscará novo mandato como deputada federal. O vereador Jurandir Silva, de Pelotas, também estará na disputa por uma cadeira no Congresso.
O evento reuniu filiados e militantes do partido no Centro de Eventos Barros Cassal, na Capital gaúcha. Pedro Ruas fez uma participação virtual, já que foi diagnosticado com H1N1 na sexta-feira. Em seu discurso, criticou a gestão do ex-governador Eduardo Leite (PSDB), que concorre à reeleição no Estado, e defendeu o aumento de impostos para as camadas mais ricas da sociedade em favor de investimentos às mais pobres.
“Vocês acham justo que nesse Estado haja R$ 10,7 bilhões de isenções fiscais para ricos, enquanto não tem dinheiro para educação, para saúde? Não pagavam salário até pouco tempo. Não tem um único projeto para moradia. Só tem um projeto que funciona para moradia popular que é a ocupação. Se morar é um privilégio, a ocupação é um direito”, defendeu.
Na sequência, o hoje vereador Roberto Robaina destacou o avanço da miséria e da fome no país, problema que recrudesceu no governo Bolsonaro – cujo atual vice-presidente, Hamilton Mourão (Republicanos), também concorre ao Senado pelo Rio Grande do Sul.
“O Brasil tem 125 milhões de pessoas vivendo atualmente em condição de insegurança alimentar, e no Estado pelo qual ele quer se eleger tem 1 milhão de pessoas que não comem. Quase 10% da população vive numa situação de miséria extrema”, criticou.
Visitante da Ucrânia
O professor e ativista do movimento Sotsialniy Rukh, da Ucrânia, Zakhar Popovych – que está no Brasil debatendo as consequências da guerra entre seu país e a Rússia – participou da convenção e recebeu a solidariedade da militância de esquerda. Em breve fala aos presentes, ele fez conexões entre as realidades brasileira e ucraniana em relação ao governo federal, em especial à redução dos direitos trabalhistas pelo governo Zelenski. Popovych também agradeceu a solidariedade da esquerda socialista com as necessidades do país – e de outras nações do Sul Global.
“Agradecemos pelo apoio ao cancelamento da dívida externa ucraniana. Precisamos pressionar a opinião pública dos países. A dívida é um dos principais instrumentos do imperialismo para controlar países do Terceiro Mundo e a Ucrânia e o Brasil fazem parte dessa lógica. [Queremos] esmagar o imperialismo. Longa vida revolucionária e ao socialismo”, bradou.
Popovych tem agenda com as militâncias de esquerda no Rio de Janeiro e em São Paulo nos próximos dias.