Declaração do MES à Executiva Estadual do PSOL SP
Declaração do MES à Executiva Estadual do PSOL SP.
Estamos a menos de um mês do início das convenções eleitorais “oficiais”, as definições das táticas eleitorais de todos os partidos já entram em seus momentos finais. Guilherme Boulos desistiu de sua candidatura ao governo no dia 21/03, no mesmo dia houve uma reunião da executiva estadual. Desde então, a direção partidária se reuniu somente uma vez, no dia 16/05. O que presenciamos até aqui, foi uma atuação consciente da maioria da direção para interditar o debate aberto e democrático com as bases do Partido sobre o tema da tática eleitoral. Enquanto o debate não foi realizado no Partido, nem na base, nem na direção, foi-se implementando a política do “fato consumado”. Diversas notícias das “posições do PSOL” foram veiculadas na mídia burguesa, ora “o PSOL” pretendia a vaga ao Senado na chapa de Haddad, ora o nome de Juliano Medeiros era o pleito “do PSOL”, a mais recente, do dia 13/07, dá conta de que “o PSOL” aceita Marina Silva como vice de Haddad. Tudo isso sem debate nos espaços partidários, sejam de base, sejam da direção. Os eventos até aqui demonstram, por um lado, uma postura antidemocrática da maioria da direção, por outro lado, a total subordinação da atual maioria à direção petista. Postura que diminuiu o tamanho de nosso Partido em SP, deixando o PSOL sem nenhuma projeção no cenário estadual. Esse quadro pode ainda piorar.
O MES apresentou o nome de Mariana Conti ao Partido, como pré-candidata ao governo, quando da desistência de Boulos. Fizemos este movimento por entender que a candidatura própria do PSOL é não só possível, mas necessária, uma vez que o Partido abriu mão, pela primeira vez na sua história, de uma candidatura presidencial. Após três meses decidimos retirar seu nome, abrindo a possibilidade de que o campo Semente apresentasse um nome capaz de formar maioria pela candidatura própria. Seguiremos na defesa da candidatura própria, por entendermos que é a melhor tática para o PSOL SP, ainda que saibamos que não há maioria partidária para aprovar essa política.
Sobre a candidatura ao Senado
Nossa tática eleitoral deverá também versar sobre outros temas. Diante da confirmação da coligação do PT com o PSB, com Márcio França como candidato ao Senado, o PSOL integrará a coligação? A Resistência, em texto divulgado recentemente, afirmou que defende apoio a Haddad no primeiro turno, porém, ao mesmo tempo, afirma que defenderá uma candidatura ao Senado do PSOL. Isso garantiria ao PSOL ao menos uma candidatura majoritária; não ter, implicaria em prejuízo ao PSOL, inclusive do ponto de vista eleitoral, pois não haveria o “50” em nenhum espaço majoritário.
Saudamos a posição expressa pelos companheiros em relação ao Senado, defendendo a candidatura própria, diferentemente do tema do governo, pois a posição dos companheiros, somados aos votos do Bloco de Esquerda, permite que formemos maioria para esta posição. Por isso, nós do MES queremos definir, o quanto antes, a realização de uma conferência democrática para a definição da tática eleitoral, para a definição dos nomes e do Programa a ser levado adiante por essa candidatura.