O 11 de agosto e a preparação para a luta

O 11 de agosto e a preparação para a luta

A campanha eleitoral de 2022 não deve ser encarada com a normalidade rotineira de outras disputas.

Israel Dutra e Thiago Aguiar 9 ago 2022, 18:42

A tensão sobre o processo eleitoral promovida por Bolsonaro segue: agora, ele promete fazer uma demonstração de forças em 7 de setembro e chegar ao segundo turno com condições de criar um ambiente tumultuado. Eis a sua estratégia, para a qual tem jogado todas as suas forças. Por outro lado, nas últimas semanas, outro importante movimento ganhou corpo: a partir da organização de juristas ligados à Faculdade de Direito da USP, foi elaborado um manifesto em defesa das eleições, que já alcança cerca de 1 milhão de assinaturas. Trata-se de uma iniciativa policlassista, envolvendo notáveis, empresários, intelectuais, artistas e outras figuras da sociedade civil.

Convergindo com outras iniciativas, a reunião dos movimentos sociais, a partir de uma correta batalha política, indicou o dia 11 de agosto – data tradicional de manifestações do movimento estudantil – como data central da jornada de mobilização contra as ações desestabilizadoras de Bolsonaro.

A queda de braço ocorre em meio ao fechamento das convenções partidárias e das definições das chapas presidenciais e nos estados. Lula venceria no primeiro turno, segundo as últimas pesquisas, contando apenas os votos válidos. Também por isso, houve a retirada de candidatos menores da direita (André Janones e o candidato do PROS) cujos partidos declararam apoio a Lula desde já. A polarização está evidente – nas ruas e nas urnas. Como aproveitar as mobilizações de 11 de agosto para enfrentar o bolsonarismo?

De 11 de agosto a 7 de setembro: lutar pela maioria nas ruas e nas urnas

A campanha eleitoral de 2022 não deve ser encarada com a normalidade rotineira de outras disputas. É preciso tomar medidas organizadas e apelar para a construção de uma agenda política capaz de arrastar mais gente para lutar pela derrota de Bolsonaro de forma consciente. Além de oferecer um programa e eleger candidaturas ao parlamento que expressem posições socialistas dentro do PSOL, será importante apontar a necessidade de autodefesa nos bairros, comunidades e sindicatos, além de estabelecer diálogo com a baixa e média oficialidade das polícias militares e com agentes civis da segurança pública.

Nesse contexto, as manifestações de 11 de agosto são uma importante batalha a ser dada, que aponta para a construção de um plano de lutas e pela ampliação das atividades de campanha eleitoral. Houve certa polêmica dentro das frentes, mas, a partir da convocatória do CONEG da UNE, será possível somar esforços unitários para esse dia de manifestações contra Bolsonaro e seu golpismo. Assim, a campanha eleitoral acabará dividindo-se em dois lances: as lutas que se construirão até 7 de setembro, quando Bolsonaro tentará demonstrar força, e o esforço seguinte pela hipótese de Lula vencer no primeiro turno

Não por acaso, o bolsonarismo recrudesce seu discurso e intensifica sua mobilização: em seus comícios, aumentam as insinuações de ação armada com tintas fascistas, além das intimidações diárias e da sinalização de sua base parlamentar de medidas como a lei que pretende retirar a autonomia das polícias militares nos estados. Por tudo isso, a campanha eleitoral deverá ter um ritmo forte de mobilização: será preciso debater nos bairros, escolas e locais de trabalho que apenas uma maioria social efetiva, consolidada nas urnas e nas ruas, pode derrotar Bolsonaro e suas ameaças golpistas. Um passo importante será dado no próximo dia 11. Vamos à luta!


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Camila Souza