Peru: “A mobilização e a luta continuam até que se vá a assassina Boluarte”
O dirigente peruano do partido Nuevo Perú relata as grandes mobilizações contra a ditadura de Dina Boluarte.
Foi uma mobilização impressionante, perto de 100.000 pessoas, o povo de Juliaca despediu-se dos 17 irmãos e irmãs assassinados após uma brutal repressão policial.
O Comitê Nacional de Coordenação de Direitos Humanos emitiu um comunicado exigindo a renúncia de Dina Boluarte e uma eleição antecipada, enquanto ao mesmo tempo associações profissionais e alguns governadores regionais exigiam a renúncia de Boluarte. A crise e a polarização está chegando ao extremo e Boluarte começa a oscilar, hoje o Ministro do Trabalho, Eduardo Garcia, renunciou e indicou que se demitiu após as mortes nas regiões de Puno e Cusco. “Desta vez penso que a atenção às demandas sociais não é mais suficiente para o que o país precisa”.
Enquanto isso, várias mobilizações continuam ocorrendo em diferentes partes do sul, Cuzco, Arequipa, Moquegua e Tacna, e novas ações estão sendo preparadas, como a chegada de irmãos e irmãs do sul em Lima e o chamado para uma grande greve nacional no dia 19 de janeiro.
Em Lima, hoje, quinta-feira 12, a ANP convocou uma mobilização onde diferentes organizações sociais e políticas, a CGTP, sindicatos e coletivos tomaram as ruas do centro de Lima, o NUEVO PERÚ, seus militantes e seus líderes fizeram parte da convocação e nós estivemos presentes com uma grande coluna. A luta de nosso povo continua e não vai parar até que o governo assassino de Boluarte e o Congresso caia.
A partir deste espaço continuaremos coordenando e participando ativamente, estamos convencidos de que a máxima e mais ampla unidade junto com os diferentes setores do povo e suas organizações é a chave da vitória, assim como trabalhar a greve de baixo de cada estrutura (escolas, universidades, transporte, trabalhadores urbanos e rurais) e fazer com que estas medidas ponham fim a este governo de repressão e assassinato, assim como impor uma solução para a crise através de uma Assembleia Constituinte e exigir julgamento e punição para os assassinos de nossos irmãos e irmãs.