Solidariedade com os antifascistas russos! Semana de Ação 19-24 de janeiro
O Movimento Socialista Russo lançou um apelo internacional por ações de solidariedade com os ativistas anti-guerra da Rússia. Publicamos o texto integral aqui.
Via European Network for Solidarity with Ukraine
Apelo a ações de solidariedade com os ativistas anti-guerra da Rússia.
Lembrar é lutar!
Contra a agressão imperial na Ucrânia e o terror político na Rússia!
Há mais de uma década os antifascistas russos têm comemorado o 19 de janeiro como o seu dia de solidariedade. Esta foi a data na qual, em 2009, no centro de Moscou, o ativista de esquerda por direitos humanos Stanislav Markelov e a jornalista anarquista Anastasia Baburova foram baleados por neonazistas.
O assassinato de Markelov e Baburova foi o ponto alto do terror da ultra-direita nos anos 2000 que matou centenas de migrantes e dezenas de antifascistas. Durante muitos anos, enquanto era ainda possível, os ativistas russos fizeram manifestações e concentrações no dia 19 de janeiro com a palavra de ordem “lembrar é lutar!”
Hoje, desde que o regime de Putin invadiu a Ucrânia e desencadeou uma repressão sem precedentes contra os seus próprios cidadãos que se opõem à guerra, a data de 19 de janeiro assumiu um novo significado. Antes, o perigo vinha dos grupos neonazistas, que muitas vezes agiam com a conivência das autoridades.
Atualmente, a ideologia e a prática dos radicais de extrema-direita tornou-se a ideologia e a prática do próprio regime russo, que está rapidamente se tornando cada vez mais fascista após a invasão da Ucrânia.
Vladimir Putin está travando uma guerra não apenas contra o povo ucraniano, mas também contra a sociedade civil russa que resiste à agressão. A repressão brutal atinge, entre outros, o movimento de esquerda: socialistas, anarquistas, feministas, sindicalistas.
Antes do Ano Novo, o mais famoso político de esquerda na Rússia, o socialista democrata Mikhail Lobanov foi preso e espancado. Ele foi o criador da plataforma “Nomination”, uniu a esquerda anti-guerra nas eleições municipais de Moscou em setembro de 2022.
Kirill Ukraintsev, dirigente do sindicato dos correios e conhecido influenciador de esquerda, está detido desde abril. A razão para a sua prisão foram os protestos e greves que os trabalhadores dos correios organizaram para melhorar as suas condições de trabalho.
Uma feminista, artista e ativista anti-guerra, Alexandra Skochilenko , que distribuiu símbolos anti-guerra, enfrenta uma longa pena de prisão.
Seis anarquistas – Kirill Brik, Deniz Aydin, Yuri Neznamov, Nikita Oleinik, Roman Paklin, Daniil Chertykov – foram presos no chamado “caso Tyumen”. Foram brutalmente torturados na tentativa de fazê-los confessar a preparação de atos de sabotagem.
Daria Polyudova, uma ativista do grupo Resistência de Esquerda, foi recentemente condenada a nove (!) anos de prisão por “apelos ao extremismo”. O jornalista de esquerda Igor Kuznetsov está na prisão há mais de um ano acusado de “extremismo” pelos seus pontos de vista anti-guerra e anti-Putin.
Esta é uma lista que está longe de ser completa de militantes da esquerda russa recentemente presos ou perseguidos devido às suas posições.
Enquanto ativistas russos forçados a deixar o país por razões políticas, pedimos aos nossos camaradas de outros países e a todas as pessoas que se preocupam que apoiem a ação antifascista de 19 de janeiro convocada com as seguintes palavras de ordem:
Não à guerra de Putin, ao fascismo e à ditadura!
Liberdade para todos os prisioneiros políticos russos!
Solidariedade com os antifascistas russos!
Lembrar é lutar!
Pedimos que nos enviem informação sobre quaisquer ações de solidariedade efetuadas na semana de 19 a 24 de janeiro, concentrações, reuniões abertas, discussões online ou mesmo fotos pessoais com cartazes, para o e-mail: rsdzoom@proton.me