Parlamentares do PSOL pedem que TCU confisque joias em posse de Bolsonaro
Jornal revelou que ex-presidente se apossou de terceiro lote de itens de luxo. Deputadas veem indícios de peculato
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo revelou, na terça-feira (28) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu um terceiro lote de jóias como “presente” do governo saudita. O conjunto com itens de luxo, que inclui um relógio cravejado de diamantes da Rolex, está avaliado em pelo menos R$ 500 mil.
Bolsonaro teria recebido as joias pessoalmente, durante viagem oficial a Doha, no Qatar, e em Riad, na Arábia Saudita, em outubro de 2019. Sem registro oficial no acervo da Presidência, os itens foram incorporados ao acervo pessoal do ex-militar, que ficou com os bens ao fim do mandato. Conforme a reportagem, os bens foram guardados em uma fazenda do ex-piloto de Formula 1 Nelson Piquet, em Brasília.
Ontem, as deputadas federais do PSOL Luciene Cavalcante, Fernanda Melchionna e Sâmia Bomfim acionaram o Tribunal de Contas da União (TCU) solicitando a devolução dos itens contrabandeados.
“Bolsonaro surrupiou uma terceira remessa de joias sauditas contrabandeadas. Com a familícia é assim: quanto mais investiga, mais acha. Vamos seguir a pressão por investigação e punição desse bandido”, afirma Sâmia Bomfim (PSOL-SP)..
Fernanda Melchionna questionou quantos itens mais que pertencem ao Tesouro Nacional estão em posse de Bolsonaro e família.
Quantos itens mais Bolsonaro levou com ele como acervo privado? Queremos que o TCU confisque imediatamente mais esse conjunto de joias. Além disso, assim que voltar ao Brasil, Bolsonaro precisa ser investigado, no mínimo, pelo crime de peculato”, diz Fernanda (PSOL-RS).
Outras joias
Na semana passada, a defesa de Bolsonaro precisou devolver um conjunto de joias e presenteadas pelo governo da Arábia Saudita e armas, dadas pelo governo dos Emirados Árabes Unidos.
O TCU determinou que ex-presidente só poderia ficar com itens “de uso personalíssimo” e de baixo valor. Como não era o caso, o tribunal determinou a devolução dos itens, que foram entregues à Caixa Econômica Federal em Brasília. Um outro conjunto de joias, avaliado em R$ 16,5 milhões, foi retido pela Receita Federal. O tesouro entrou ilegalmente no país com comitiva do ex-ministro Bento Albuquerque.
A defesa de Bolsonaro afirmou, em nota, que Bolsonaro está “à disposição” para entregar qualquer presente, “caso necessário”. É um acinte.