Petição por homenagem a Paulo Freire em metrô de SP ultrapassa 20 mil assinaturas
Abaixo-assinado da vereadora Luana Alves (PSOL) visa impedir que estação seja batizada com nome de bandeirante explorador de indígenas
No início desta semana, o Metrô de São Paulo anunciou que a futura estação da Linha 2 – Verde não mais se chamará Paulo Freire, mas Fernão Dias. A decisão de homenagear o educador, considerado patrono da educação brasileira, datava de 2013. A mudança ocorre sob a gestão do governador bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos), empossado em janeiro.
À imprensa, o Metrô justificou que a homenagem ao bandeirante escravocrata – responsável por massacres e exploração da população indígena – foi fruto de estudos e pesquisa de opinião com moradores das regiões. O Metrô é controlado pelo governo Tarcísio.
Porém, corre nas redes sociais um abaixo-assinado pela manutenção do nome Paulo Freire na estação. A iniciativa da vereadora paulistana Luana Alves (PSOL) já conta com mais de 20 mil signatários.
“A população de São Paulo não aceitará que se retire o nome de um dos educadores mais famosos do mundo, patrono da educação brasileira, defensor da educação popular e que dá nome à avenida onde a estação se localiza, pelo nome de uma pessoa que carrega a nefasta imagem de ser um escravizador e assassino de seres humanos”, diz o texto do manifesto.
Solo Preto e Indígena
Luana também e conhecida pela iniciativa “SP é Solo Preto e Indígena”, ação de valorização do papel dessas etnias na formação da maior cidade do país e no combate o racismo estrutural e institucional trazendo à luz sua importância histórica. O movimento, inclusive, é responsável pela proposta de substituir a estátua de Borba Gato, na capital paulista, por uma imagem de Tereza de Benguela – uma rainha africana escravizada que se tornou líder quilombola (para apoiar a proposta, clique aqui)
O abaixo-assinado pela Estação Paulo Freire é subscrito por Luana, pela deputada estadual Mônica Seixas (PSOL-SP), Rede Emancipa, Movimento Pretas, Trabalhadores na Luta Socialista (TLS), Movimento Juntos e Coletivo Juntas.
Para apoiar a iniciativa, clique aqui.