Sobre a nova direção da Previ
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Sobre a nova direção da Previ

Uma visão dos trabalhadores sobre as mudanças na direção da Caixa de Previdência dos funcionários do Banco do Brasil.

O governo Lula anunciou que o coordenador da Comissão de Empresa do Banco do Brasil da CONTRAF/CUT (Comissão que negocia em nome dos funcionários do BB com a diretoria do banco) será o novo Presidente da PREVI.

Será a segunda vez que um representante dos trabalhadores será o presidente da PREVI. O fato da Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil, construída há mais de um século, ser presidida apenas por dois representantes, que deveria ser motivo para refletirmos. O problema é que a presidência é assumida por indicação do governo, não pela escolha dos associados.

No entanto, a história mostra que não basta termos um sindicalista como presidente da PREVI para que os interesses dos trabalhadores sejam os preponderantes nas decisões políticas na nossa Caixa de Previdência.

Sérgio Rosa foi presidente da PREVI durante o primeiro mandato do Lula, ele tinha sido presidente da CNB /CUT (antecessora da CONTRAF/CUT) de 1994 a 2000. A escolha de Sérgio Rosa não significou que pautas de reinvindicações, como isonomia do pré e pós 98 na PREVI, fim da parcela PREVI e o fim do voto de minerva fossem atendidas. Quando a Vale e Embraer demitiram em massa, a PREVI não se manifestou de forma contrária em nenhum momento no Conselho de Administração dessas empresas. Ao contrário, em declaração ao jornal “O Globo”, Sergio Rosa justificou essas demissões.


“Para nós, que somos um fundo de trabalhadores, é terrível pensar sobre isso, mas os mercados dessas empresas sofreram violentamente com a crise” (…) “Se essas empresas não se ajustassem, estariam consumindo dinheiro” (veja a notícia aqui)

No final, Sérgio Rosa terminou o mandato sendo festejado pelo mercado como o responsável em redesenhar a PREVI para o mercado, mas em resolver a demanda dos trabalhadores deixou a desejar.

Nós gostaríamos de pensar que com Joao Fukunaga pudesse ser diferente, mas infelizmente nada aponta nesse sentido.

Primeiro, porque o projeto político de conciliação de classes do governo atual é o mesmo, em essência, ao que indicou e dirigiu o mandato de Sérgio Rosa.

Segundo, todo histórico de João na comissão empresa do Banco do Brasil foi sempre ceder às exigências da patronal. Na questão da Cassi apoiou a última a reforma estatutária e o golpe que permitiu que a proposta fosse aprovada mesmo ferindo o estatuto da Cassi.

Mas queremos deixar claro que nossa crítica ao João Fukunaga não se deve a sua formação técnica, mas ao projeto de conciliação entre Capital e Trabalho que ele defende, por isso foi escolhido pelo governo Lula, representa a mesma política nacional.

O presidente da PREVI, assim como os diretores, indicados e eleitos serão gestores e terão uma equipe nos quadros da PREVI altamente qualificada. Entendemos a preocupação dos associados ao questionar os requisitos técnicos, pois este é um patrimônio que garantirá o futuros de nossas aposentadorias. Mas não vemos que a capacitação técnica do gestor deva ser a mais importante, para nós, deve ser seu compromisso em defender os interesses dos associados. Sabemos das diferenças, mas não se exige qualificação técnica do Presidente da República. Por óbvio é eleito, mas será gestor, apoiado em equipes técnicas, para gerir o país.

Por fim, o que se espera dos representantes é que devam pautar sua atuação pela luta coletiva e não na busca de saídas individuais e tendo como preocupação central a real representação e a defesa dos associados.


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Pedro Micussi