Na luta contra a extrema direita: prisão imediata para Jair Bolsonaro!
É necessário prender Bolsonaro e organizar um plano para enfrentar e desbaratar as redes criminosas da extrema-direita
A temperatura política voltou a subir no país nos últimos dias com o embate em curso na Câmara ao redor da aprovação do PL 2630 das fake news e a operação da Polícia Federal, autorizada por Alexandre de Moraes, que prendeu Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, recolheu seu aparelho celular e investiga novas revelações comprometedoras, como a fraude pessoal do ex-presidente para obter certificado de vacinação contra a Covid-19.
Ainda no âmbito parlamentar, há uma disputa sobre a CPI do 8 de janeiro e uma visível movimentação do bolsonarismo para enfrentar a luta no campo, com a CPI do MST. É necessário prender Bolsonaro e organizar um plano para enfrentar e desbaratar as redes criminosas da extrema-direita.
Prender Bolsonaro agora
Na manhã de quarta-feira (3), a Polícia Federal cumpriu um mandado de busca e apreensão na casa de Jair Bolsonaro para investigar uma operação para fraudar a inserção de dados de vacinação do ex-presidente, de sua filha, do ex-ajudante de ordens Mauro Cid e sua esposa, para obter certificado de vacinação contra a Covid-19 para a entrada em países estrangeiros. Na operação, assessores e homens do entorno de Bolsonaro foram presos, além da apreensão de documentos e do celular do ex-presidente. Segundo a Polícia Federal e o despacho de Alexandre de Moraes, a fraude nos registros de vacinação de Bolsonaro, Cid e familiares de ambos envolveu a prefeitura de Duque de Caxias, por meio de personagens conhecidos por suas vinculações a milicianos da Baixada Fluminense.
Mauro Cid é um personagem frequente em escândalos envolvendo Bolsonaro. Anteriormente, já tinha sido envolvido nas tentativas de liberar pacotes de joias milionárias “presenteadas” pelos sauditas, quando atuou para conseguir sua liberação da Receita Federal ilegalmente. Mas há mais: Cid também esteve envolvido na preparação de lives de Bolsonaro que atacavam o processo eleitoral e, em conversas recém-divulgadas após a operação, Cid trata dos preparativos para um golpe de Estado com militar próximo a milicianos do Rio de Janeiro – o mesmo militar, em outra conversa divulgada, afirma saber quem mandou matar Marielle Franco.
Aos poucos, vai sendo exposto toda a teia criminosa que vincula Bolsonaro aos crimes durante a pandemia, ao golpismo que desaguou nos ataques de 8 de janeiro e às milícias, justamente num momento em que o ex-presidente retornou e buscava recolocar-se no debate político, abrigando-se entre seus apoiadores, como na aparição e discurso durante a “Agrishow” em Ribeirão Preto (SP).
A batalha contra as fake news e o PL 2630
Existem outros espaços onde a batalha contra a extrema-direita tem ocorrido. Um deles é o conflito entre garimpeiros e indígenas, que escalou para o assassinato de 8 yanomamis nesta semana em Roraima. Como já mencionado, outro embate que marca a cena parlamentar é o do PL 2630, batizado de PL das fake news.
É importante entender a natureza do projeto e por que há tanta polêmica a respeito. Depois de 3 anos sendo discutido, o PL busca a garantia de transparência na operação das plataformas digitais, a criação de formas concretas para o usuário denunciar conteúdos e, por fim, estabelecer medidas e responsabilização sobre as plataformas, que lucram bilhões com o impulsionamento de publicações falsas e criminosas, num ambiente em que a extrema direita tem expandido sua propaganda.
De olho nessa verdadeira indústria bilionária, as big techs tem jogado pesado para impedir a aprovação de qualquer legislação que traga responsabilização pelos conteúdos publicados e impulsionados. Não por acaso, nos últimos dias, Google, Spotify e Twitter foram denunciados por suas ações de combate ao PL 2630. É preciso combater a extrema-direita nas redes e nas ruas!
O papel do PSOL nessa luta
O papel do PSOL, como temos apresentado desde o início do governo, é enfrentar a extrema-direita sem perder de vista a independência política do partido. A luta contra o neofascismo é uma batalha mundial, como escreveu Luciana Genro, em recente artigo para o portal Movimento:
“No Brasil e no mundo nós observamos a organização e o crescimento de uma extrema direita que surge e se consolida como uma alternativa à crise das democracias liberais. É assim que eles se apresentam, com uma roupagem antissistema, muito embora sejam a representação mais apodrecida do nosso sistema político e econômico”.
Essa batalha agora tem um capítulo central: colocar Bolsonaro na prisão. Uma vez preso o genocida, abre-se o caminho para uma verdadeira responsabilização dos crimes da pandemia, dos milicianos e dos golpistas. E assim se reforça a trincheira contra a extrema-direita no país, numa luta prolongada, em todos os terrenos.
Além disso, nosso partido não pode contentar-se apenas em aplaudir medidas insuficientes, como o reduzido aumento do salário-mínimo anunciado por Lula. Para enfrentar a oposição de direita, é necessário ampliar os gastos públicos para ter mais educação, mais saúde e mais direitos, taxar os ricos e auditar a dívida. É assim que devemos combater o bolsonarismo e a extrema-direita ao mesmo tempo em que lutamos pela construção de um PSOL anticapitalista e independente.