Uma Tempestade se forma no Horizonte
Grandes empresas brasileiras solicitaram pedidos de recuperação judicial recentemente
Foto: Wikimedia Commons
A Folha de São Paulo no dia 13/05 publicou uma reportagem na qual afirma que as “Grandes Empresas impulsionam o pedido de recuperação judicial no país”. Segundo a reportagem os dados apontam um aumento de 43% nos pedidos de recuperação judicial em abril relação ao mesmo mês do ano passado. O maior aumento foi das grandes que tiveram 60% de crescimento nos pedidos de recuperação judicial. Os pedidos de falência também seguiram em alta, um aumento de 12% em relação ao mesmo período do ano passado.
Os dados expressos na reportagem da Folha comprovam que a hipótese que trabalhamos no site da Revista Movimento, no dia 28/02, que o pedido de recuperação judicial das Lojas Americanas era “Apenas a Ponta do Iceberg“ se demonstram cada vez mais acertados. No último período no varejo, grandes redes como é o caso das Lojas Americanas, Amaro Modas, Lojas Marisa e Tok & Stok entraram com pedidos de recuperação judicial ou atrasaram pagamento dos seus compromissos seja com fornecedores, alugueis, entre outros.
Agora no setor na área de serviços a “Light” entrou com pedido de recuperação judicial. O pedido de recuperação da Light é um absurdo. Em primeiro lugar, porque a lei não permite que empresas concessionarias peçam recuperação judicial. Segundo, que a Light foi adquirida a preço de banana do poder público por empresários que afirmavam que tinham condições de prestar um serviço de melhor qualidade que o Estado, depois de anos lucrando com o monopólio que é serviço de energia descobriram que não tem mais condições para honrar suas dívidas. Terceiro, porque a “Light” responsabiliza o estado pela crise que a empresa está passando. O interessante que o furto de energia que a Light aponta como maior problema, não se iniciou agora e já existia quando a empresa foi privatizada.
Os vários fatores da crise das grandes empresas
Os motivos para crise dessas grandes empresas são várias, vamos apontar alguns desses motivos. Em primeiro lugar a proliferação das fraudes nos balanços das grandes empresas que proliferaram pela falta de fiscalização é uma das causas. No artigo da Revista Movimento já demonstramos que o caso das “Lojas Americanas “não era uma exceção nessa questão. Segundo motivo, que o alto endividamento dessas grandes empresas deixa elas extremamente vulneráveis aos humores do mercado. Terceiro, a política de aperto monetários com juros altos praticados pelo governo federal aumenta o custo da dívida dessas empresas, diminui o consumo e aumenta a inadimplência.
Sem alteração de rumo
O novo “Arcabouço Fiscal” proposto pelo ministro da fazenda, Fernando Haddad demonstram que o governo Lula vai manter a mesma política liberal de ajuste fiscal que em última instância privilegia o setor financeiro, garantindo o pagamento no longo dos anos da dívida pública. Nesse sentido a discussão de Lula com presidente do Bacen é mais retórica. O governo tem maioria no conselho que altera as metas da inflação e até agora não utilizou essa maioria. Não propôs nenhuma alteração na autonomia do BACEN. A última do ministro da fazenda foi indicar o diretor do WhatsApp no Brasil, Dario Durigan, como secretário executivo do ministério. Em síntese, a política do governo continua no mesmo rumo anterior, beneficiando os grandes conglomerados no país e incapaz de enfrentar o agravamento da crise econômica que se avisa.
Uma inversão completa no rumo da política econômica
O governo precisa alterar os rumos da política econômica, isto passa pelo corte radical de juros, uma politica massiva de obras públicas e um salário mínimo que garanta a dignidade das trabalhadoras e trabalhadores.
Os bancos públicos precisam estar na vanguarda de fornecimento de créditos com juros baixos aos trabalhadores e trabalhadoras, aos pequenos produtores rurais e aos microempresários. Os bancos públicos também devem financiar o setor estatal, mas seu crédito não pode ser usado para financiar lucros bilionários das grandes empresas.
O mais importante, o governo precisa garantir estabilidade de emprego aos trabalhadores e as empresas que quebrarem precisam ser estatizada sobre controle dos trabalhadores.
Nós do MES/PSOL vamos continuar como prioridade zero impulsionar a luta dos trabalhadoras e trabalhadores e lutando para que o PSOL mantenha sua independência em relação ao governo Lula.