A campanha de inscrição como candidata independente pela livre nomeação, que a professora MARIBEL GORDÓN está desenvolvendo para participar das eleições gerais que ocorrerão no próximo mês de maio de 2024 no Panamá, expressa, sem dúvida alguma, a necessidade dos setores populares de ter uma opção que expresse ou represente as necessidades mais urgentes do povo panamenho.

E não é para menos. Desde a selvagem invasão ao Panamá realizada pelo imperialismo norte-americano em dezembro de 1989, os diferentes governos da burguesia que se sucedem a cada cinco anos desempenham, em linhas gerais, o mesmo pobre papel que o restante dos países latino-americanos: corrupção, desperdício de recursos estatais, falta de transparência, desemprego, serviços de saúde e educação precários. Além disso, promessas não cumpridas e um endividamento permanente, deixando nas mãos de organismos internacionais. O desenho do modelo econômico a seguir, que quase sempre acaba criando os problemas mais comuns nos países em desenvolvimento: pobreza, baixos salários, exploração desmedida.

Sobre essas linhas gerais, os governos em exercício têm caminhado. A greve nacional de julho de 2022 marcou um ponto de inflexão na história nacional das lutas populares. O povo panamenho, cansado de tanta corrupção, roubo e descumprimento, disse “basta” ao governo de Laurentino Cortizo. O país ficou paralisado por quase um mês, o que levou ao surgimento posterior da chamada “Mesa de Diálogo” como fruto dessa luta, com o objetivo de discutir os pontos mais importantes das reivindicações, como desemprego, altos preços dos alimentos, altos preços dos medicamentos e as conhecidas reformas à lei que regula as pensões e aposentadorias.

Foi nesse debate, televisionado como uma exigência e conquista ao mesmo tempo das organizações populares representadas na Mesa de Diálogo, que a figura da professora Maribel Gordón ganhou notoriedade pública e simpatia, criando assim um espaço de expectativa e a possibilidade de se candidatar à presidência nas próximas eleições de maio de 2024.

Foi assim que se deu o início da coleta de assinaturas, como requisito exigido pela lei eleitoral.

Panamá, 17 de maio de 2023.
Movimento Alternativa Socialista

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