PCV Caracas rejeita a manobra do PSUV para intervir no Partido Comunista da Venezuela

PCV Caracas rejeita a manobra do PSUV para intervir no Partido Comunista da Venezuela

Declaração do Partido Comunista da Venezuela em Caracas – Comitê Regional Alcides Rodríguez.

Desde a cidade de Caracas, a Direção Regional do Partido Comunista da Venezuela “Comitê Regional Alcides Rodríguez”, se pronuncia diante dos acontecimentos ocorridos no domingo, 21 de maio, em nosso estado, com a instalação de um congresso de fato e fraudulento organizado pelo governo de Nicolás Maduro e a alta direção do PSUV sob a liderança de Diosdado Cabello; que mobilizou militantes de seu partido e de outros fatores, para fazê-los passar por militantes comunistas, em uma manobra vil para usurpar a legalidade do PCV, dando um novo golpe nos direitos políticos do povo venezuelano e na possibilidade de se organizar em liberdade e com seus próprios critérios, violando a autonomia das organizações sociais e partidárias. Todos esses golpes têm um único objetivo, o de se apropriar da legenda do “Gallo Rojo”, para impedir que o povo venezuelano tenha uma opção com referências morais com as quais possa se identificar nas próximas eleições, muito diferente dos fatores relacionados ao governo/PSUV e à direita pró-imperialista.

Há algum tempo, estamos revelando o plano de ataque ao PCV, desmascarando cada um de seus mercenários pagos para destruir nossa organização política. O XVI Congresso, realizado em novembro de 2022, decidiu de forma definitiva e contundente a demarcação que já vínhamos avançando, com a aliança mantida com o PSUV/Governo, após as constantes denúncias que desde o PCV temos feito das políticas neoliberais que o Governo de Nicolás Maduro vem colocando em prática com velocidade crescente, que aumentam o empobrecimento das condições de vida da classe trabalhadora e elevam os níveis de exploração; a traição do projeto que inicialmente nos uniu para a libertação nacional e a proposta de avançar para a transformação do sistema político e econômico sob a bandeira do socialismo.

Como último recurso, recorremos à assinatura de um Acordo Marco PSUV/PCV, como condição para apoiar o presidente Nicolás Maduro em sua segunda candidatura; que tinha por objetivo proteger a classe trabalhadora e cujo o não cumprimento desse acordo por parte do governo e pela cúpula do PSUV marcou o fim das alianças mantidas até aquele momento, pois eles decidiram avançar com seu plano neoliberal que violou muitas das conquistas que a classe trabalhadora venezuelana havia obtido, acrescentando a violação do direito constitucional de ter salários e pensões que nos permitam viver com dignidade e a virtual eliminação dos benefícios sociais.

Pelas razões acima, o Comitê Regional do PCV de Caracas e seus órgãos celulares decidiram

1. Rechaçar a grosseira manobra da direção do PSUV liderada por Nicolás Maduro, Diosdado Cabello, Jesús Faría Tortosa e Jorge Rodríguez, com o objetivo de agredir o Partido Comunista da Venezuela e desrespeitar seus direitos políticos;

2. Informar ao povo de Caracas e a todo o povo venezuelano que todos os ativos militantes do PCV em Caracas estão unidos, conscientes e disciplinados em torno de nossa Direção Política e das decisões discutidas e democraticamente aprovadas pelo XVI Congresso do Partido Comunista da Venezuela realizado entre 03 e 05 de novembro de 2022;

3. Advertimos que esses ataques e a suposta intervenção e desqualificação do PCV só beneficiam os interesses da burguesia autóctone parasitária, do imperialismo e da direção do governo, que não desprezam nenhuma oportunidade para o extermínio, a repressão militar, policial e judicial do partido nacional (PCV) que historicamente levanta as bandeiras em defesa dos trabalhadores da cidade e do campo;

4. A elite do PSUV/Governo, que está dirigindo essa encenação barata contra a sólida linha política do PCV e as consequentes ações de protesto em que nós, comunistas, nos somamos às lutas populares, está ocorrendo em meio a graves casos de corrupção e saques no país, oportunamente denunciados pelo PCV; Tudo isso explica as ações desesperadas contra essa organização política e seus direitos eleitorais, em uma tentativa de minimizar ou neutralizar o avanço do reagrupamento das forças democráticas, progressistas e revolucionárias dos trabalhadores da cidade e do campo, no período que antecede as eleições;

5. Esse desespero e ataques grosseiros contra o PCV é um dos elementos que demonstram a correta linha política ratificada pelo XVI Congresso Nacional do Partido Comunista da Venezuela, porque assim como ontem triunfamos com a política da Junta Patriótica para derrubar a ditadura de Pérez Jiménez, e assim como a política de uma ampla conjunção de forças permitiu romper o bipartidarismo da AD e do COPEI, viu a necessária libertação daqueles que realizaram a insurgência militar liderada pelo então Comandante Hugo Chávez, abrindo a perspectiva para o triunfo eleitoral do Movimento Bolivariano, hoje, com a mesma clareza, estamos construindo a força para derrotar as políticas neoliberais e entreguistas lideradas por Nicolás Maduro;

6. Rejeitamos com firmeza orgânica, unidade política e ideológica, essas ações dos inimigos da classe trabalhadora, que usam recursos públicos para financiar esses ataques, enquanto os salários e as pensões são mantidos em níveis de fome e o povo sofre o desmantelamento e a inadequação dos sistemas de saúde e educação, entre outros;

7. Nossas constantes denúncias sobre a crise educacional e de saúde em nosso país, apontando que ela levou, na prática, à sua privatização, fez com que o governo agisse com maior interesse em fazer desaparecer o PCV; um exemplo disso foram as denúncias que fizemos sobre a deserção que, na UCV e em outras universidades nacionais, ultrapassa 55% do corpo discente. Outro exemplo é a privatização da saúde pública com operações cirúrgicas realizadas em hospitais, onde os pacientes e suas famílias têm que pagar por suprimentos, medicamentos e taxas. Os processos de privatização também ocorrem no serviço do metrô de Caracas como um sistema de transporte público e um aumento no custo de seus “créditos” (já que atualmente são comprados créditos e não passagens) que não corresponde ao salário atual da classe trabalhadora. Também apontamos a má qualidade da água distribuída pela Hidrocapital em Caracas e a ineficiência do serviço, que afeta a população de Caracas, forçando a compra privada de cisternas para acessar o recurso. Consequentemente, esses casos levam de fato à privatização desses direitos e serviços na Capital, situação que o Partido Comunista denunciou oportunamente e essa verdade aumentou o ataque contra nossa Organização.

8. O Comitê Regional de Caracas “Alcides Rodríguez” cerra fileiras de forma orgânica, voluntária, consciente e militante para promover a resolução do Comitê Central de construir um poderoso Movimento Nacional pela Dignidade e Contra a Corrupção que ataque e desmantele as máfias instaladas no Estado Nacional;

9. Rejeitamos categoricamente a instalação do congresso de fraude, realizado pelos mercenários do chamado “Movimento Patriótico PCV”, que pede a intervenção do Partido Comunista da Venezuela e a desconsideração do nosso XVI Congresso do PCV; cuja intenção é se apropriar da legenda do “Gallo Rojo” e colocá-la à mercê da linha do Governo/PSUV, tentando influenciar e confundir a população venezuelana. Não sabemos quem está participando desse cenário, pois eles não fazem parte de nossas fileiras.

10. Agradecemos a todos os indivíduos, personalidades, organizações e movimentos sociais de Caracas, nacionais e internacionais que se manifestaram denunciando a violação dos direitos políticos do partido Galo Vermelho, prestando-nos sua solidariedade e apoio diante dessas agressões.

11. Desde o PCV Caracas permanecemos ao lado do povo trabalhador de nossa cidade, e toda a militância comunista de Caracas está alinhada em torno das decisões do XVI Congresso Nacional do Partido Comunista da Venezuela e da XXVI Conferência Regional realizada em outubro de 2022. Apoiamos e reconhecemos nossa Direção Nacional eleita pelo XVI Congresso como a única direção legítima e legal do PCV e nos posicionamos firmemente contra qualquer manifestação que tente desrespeitar a autonomia de nossa organização, especialmente diante das pretensões governamentais de continuar construindo à sua própria imagem e semelhança, como disse Lênin “partidos de políticos parlamentares, traidores da classe trabalhadora”.

“¡Vamos a pelear carajo o nos quedamos sin cerro… porque tú te quedas flaco y ellos aumentan de peso…!”

Ali Primera

Governe quem governe, os direitos do povo se defende!

Comitê Regional “Alcides Rodríguez

Caracas 22 de maio de 2023

Jackeline López, Sec. Política Regional

Livia Figuera, Secretária Regional de Organização e Finanças

Alonso David Ojeda, Sec. Regional de Ideologia

Jesús Jiménez, Sec. Regional de Sindicatos

Luis Rojas, Sec. Regional de Propaganda

Carla Herrera, Sec. Regional de Trabalho da Mulher


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Pedro Micussi