Assembleias do Banco Mundial/FMI: Contra-cúpula dos movimentos sociais
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Assembleias do Banco Mundial/FMI: Contra-cúpula dos movimentos sociais

A deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL RS) está presente junto ao CADTM na Contra Cúpula de Marrakech

CADTM Internacional 14 out 2023, 16:49

Via CADTM

Pela segunda vez desde que foram fundados, o Banco Mundial (BM) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) estão realizando suas reuniões anuais na África (de 9 a 15 de outubro, em Marrakech, Marrocos). O próximo ano marcará o 80º aniversário de sua fundação. Nós dizemos: “79 anos de exploração neocolonial, basta!

É por isso que estamos organizando uma Contra-cúpula em Marrakech de 12 a 15 de outubro, Dia Internacional da Resistência Indígena e comemoração do assassinato de Thomas Sankara, o presidente revolucionário e pan-africanista que foi executado pouco depois de pedir uma frente unida contra a dívida. Vamos tornar seu legado uma realidade, denunciar as políticas criminosas do FMI e do Banco Mundial, denunciar suas práticas e nos unir contra a debtocracia!

Essas duas instituições antidemocráticas vêm marginalizando e até excluindo os estados do Sul global desde que foram fundadas em 1944. Elas continuam contribuindo para o neocolonialismo dos países mais ricos e dos mais ricos em geral, e exacerbam as mudanças climáticas, em detrimento dos povos do Sul e da periferia do Norte.

Nós, movimentos sociais e climáticos, sindicatos, organizações de mulheres, de pequenos agricultores e de povos indígenas, organizações não governamentais e cidadãos do mundo, estamos convocando e participando da organização de uma cúpula de movimentos sociais contra a cúpula da ordem estabelecida em Marrakech.

Nossa Contra-cúpula será uma oportunidade para mostrar caminhos alternativos aos do Banco Mundial e do FMI; para criar vínculos e, assim, fortalecer nossos movimentos, especialmente com vistas à COP28; para discutir, do ponto de vista do povo, as dificuldades que estamos enfrentando atualmente – econômicas, ecológicas, relacionadas à inflação, repressivas, de gênero, raciais – e pelas quais o Banco Mundial, o FMI e seus aliados têm uma responsabilidade histórica.

É hora de gritar em alto e bom som que 80 anos de uma ditadura financeira que manteve e reforçou a opressão dos povos do Sul pelos governantes do Norte, já chega! Que mais de 500 anos de pilhagem da natureza e dos povos do Sul em nome dos interesses ocidentais já basta. Que estar na hora de considerar as pessoas em primeiro lugar, não os lucros das multinacionais, dos governos e dos mais ricos.

É hora de nos levantar e tecer uma rede de lutas e alternativas para plantar as sementes de uma sociedade em que o bem comum, o respeito aos limites planetários, a soberania alimentar e a justiça climática e social tenham prioridade. Seremos nós que decidiremos nosso futuro e rejeitaremos aquele que o Banco Mundial, o FMI e seus aliados querem nos impor. Chegou a hora de pôr fim ao seu colonialismo ideológico!

Portanto, é hora de dizer que, se eles não cancelarem nossa dívida, nós a repudiaremos. Porque a verdadeira dívida é a dos governos e das multinacionais, sua dívida histórica, climática, ecológica e social com os povos, e com os povos do Sul em particular!

É hora de aprender e criar vínculos com as lutas populares, ecofeministas, antirracistas, camponesas e indígenas.

Aqueles que não têm nada, mas que não se conformam em ser empregados e empregadas de um capitalismo destruidor do clima.

Ousamos pensar que nossa mobilização garantirá que o Banco Mundial e o FMI não estarão comemorando seu 80º aniversário no próximo ano, mas já estarão calculando e honrando sua antiga dívida com o povo. Assim, estaremos os mandando, como pilares do capital, para a lata de lixo da história.

Vamos nos encontrar em Marrakech de 12 a 15 de outubro, na ocasião das próximas reuniões anuais do BM e do FMI, para conversar, compartilhar e organizar a luta e construir nossa sociedade, nosso modo de vida. Junte-se a nós! Esperamos vê-lo em Marrakech.


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