Metroviários pedem reintegração de demitidos após paralisação em SP
Sindicalistas acusam governo Tarcísio de promover represálias desde a mobilização de 3 de outubro
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), segue executando o plano de retaliação aos metroviários iniciado após a paralisação de 3 de outubro, e que se tornou mais intenso após a mobilização do último dia 12 – quando a operação das linhas de Metrô 1-Azul, 3-Vermelha e 15-Prata foi paralisada no período da manhã.
Na última terça-feira (24, cinco funcionários foram demitidos e outros quatro colaboradores foram punidos com suspensões de 29 dias sem remuneração. Entre os demitidos estão o vice-presidente do sindicato, Narciso Soares, e o membro do sindicato e dirigente da CSP-Conlutas, Altino Prazeres, ambos militantes do PSTU. Todos os nove servidores serão submetidos a um inquérito no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) que poderá gerar novas demissões.
“O governo quer destruir o Metrô, destruir a CPTM destruir a Sabesp para entregar para os grandes empresários. Todo o mundo está participando dessa mobilização para derrotar o Tarcísio tanto no processo de privatização, mas também para reverter as demissões”, comentou Narciso em vídeo divulgado no Twitter, ainda na terça-feira, para convocar os metroviários para uma assembleia da categoria.
Luta por reintegração
O Sindicato dos Metroviários classificou as demissões desta terça como “injustas”, e avalia que são represálias à paralisação do início do mês, sendo que o movimento do 12 de outubro já era uma resposta às advertências recebidas por colaboradores da Linha 2-Verde, consideradas “indevidas”.
“Entendemos que essa atitude arbitrária e antissindical visa enfraquecer a luta dos trabalhadores do Metrô, que estão na linha de frente do enfrentamento ao projeto privatizador do governador Tarcísio. Ele deveria estar preocupado em punir e multar as linhas privadas que passam por problemas todos os dias e prejudicam a população”, argumentou a presidenta do sindicato, Camila Lisboa, em suas redes sociais. “Ao invés disso, o governador pune, demite e persegue trabalhadores que estão batalhando em defesa dos serviços públicos. Este é o bolsonarismo na versão Tarcísio”, completou a sindicalista.
A deputada estadual Monica Seixas (PSOL) classificou as demissões como absurdas.
“Tarcísio persegue trabalhadores em seu direito à greve pq quer vender ou desmanchar toda São Paulo. Coloca Sabesp, Metrô e CPTM a venda ao mesmo tempo que retira dinheiro da educação”, criticou a parlamentar.