8 de março: Mulheres contra o fascismo! Pelo direito de existir e decidir
Acampe_Feminista_2019_Camino_al_8M_Santa_Fe_Argentina_-_Gabriela_Carvalho_-_11

8 de março: Mulheres contra o fascismo! Pelo direito de existir e decidir

As mulheres ocupam as ruas por direitos e contra a extrema direita nesse dia internacional de luta!

Carla Zanella e Paula Kaufmann 8 mar 2024, 07:04

Nesta sexta-feira, 08 de março – dia internacional de luta das mulheres – o movimento feminista, como em todos os anos,  ocupará as ruas de todo o mundo. Na última década, enquanto acompanhamos o fortalecimento da extrema direita internacionalmente, também observamos as feministas sendo alçadas ao patamar de antagonistas destas lideranças e movimentos.  E, a partir desta localização de adversidade,  também foram parte importante das mobilizações contra o programa conservador e neofascista em diversos países.

Sabemos que, no Brasil e internacionalmente, a extrema direita segue fortalecida e articulada em redes transnacionais de caráter ultraconservador e neofascista para atacar os direitos dos trabalhadores, das mulheres,  da negritude, das LGBT+ e dinamitar a capacidade de auto-organização da classe trabalhadora. Expressões disso são o provável retorno de Trump à Casa Branca, a conivência com o genocídio promovido por Netanyahu contra o povo palestino ou mesmo a recente vitória de Milei na Argentina.

Mesmo que no Brasil a derrota eleitoral desse projeto tenha sido conquistada depois de muita luta em 2022, o enraizamento da ideologia bolsonarista segue rendendo frutos. Sintomas disso observamos nos diversos casos recentes em uma série de cidades pelo país de ataques aos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres, no recrudescimento do genocídio da população negra, na perpetuação do pânico moral sobre vidas LGBT+. Ademais,  o ato bolsonarista de 25 de fevereiro na Avenida Paulista, muito embora não tenha tido a força que os bolsonaristas esperavam, sendo incapaz de impedir as investidas da justiça burguesa contra a cúpula bolsonarista, demonstrou a aliança leal dos fundamentalistas religiosos ao ex-presidente, e também que seu apoio popular segue forte. 

Nosso caminho pela frente na tarefa de derrotar o bolsonarismo é árduo, mas tem uma importância histórica. Para avançar,  precisamos encarar pelo menos duas necessidades.  A primeira delas é voltar a apostar nas ruas e na mobilização do povo para fazer crescer a luta pela prisão de Bolsonaro e todos seus aliados e cúmplices. Combater a saída de anistia para os crimes cometidos por aquele governo é essencial para caminhar por justiça e para relegar estes senhores para o lugar ao qual pertencem: a lata de lixo da história. O movimento feminista deve ter a tarefa de, com este 8M, inaugurar uma jornada de lutas de exigência de cadeia para Bolsonaro.

A segunda tarefa é defender abertamente e sem medo nosso programa e nossas bandeiras históricas.  A extrema direita cativa mentes e corações dizendo desavergonhadamente e em alto e bom som todo seu programa reacionário,  misógino,  racista, anti-LGBT+ e destruidor. Nossa obrigação é levantar firmemente nossas bandeiras, sem ceder às pressões centristas de apaziguar nossas demandas diante do perigo da extrema direita.  Combateremos a radicalidade destruidora dos fascistas com a radicalidade transformadora feminista.

Sob o mote “Mulheres contra o fascismo! Pelo direito de existir e decidir”, o Coletivo Juntas! ocupará as ruas no dia de hoje, levando nossas bandeiras urgentes e históricas, vinculando a luta das mulheres brasileiras e do mundo.

Os alarmantes índices de feminicídio no Brasil – que crescem principalmente entre mulheres negras – bem como os fortes indícios de alta subnotificação dos casos de violência de gênero apontam para a urgente necessidade de investimentos públicos em políticas nesta área. O perverso novo teto de gastos implementado por Haddad e Lula,  de mãos dadas com o mercado,  na prática irá não apenas impedir mais investimentos no combate à violência como reduzir o já tímido orçamento de políticas para as mulheres.  Chega de ajustes sobre as nossas vidas!

Em 2023 tivemos um avanço significativo na luta pelo do aborto legal no Brasil.  O voto favorável de Rosa Weber à ADPF 442 – ação de autoria do PSOL e da Anis no STF que pede a descriminalização do aborto no Brasil – teve uma importância histórica por refletir um avanço de consciência feminista de parte da nossa sociedade no que diz respeito à justiça reprodutiva. Essa movimentação ensejou um fortalecimento da luta por aborto legal, resultando no mais forte 28 de setembro dos últimos anos. Seguir erguendo a bandeira de justiça reprodutiva para todas as pessoas que gestam é uma obrigação do feminismo comprometido com as trabalhadoras e que não se rende às pressões fundamentalistas.

A luta por Justiça por Marielle precisa seguir latente, e precisamos de respostas urgentes sobre quem foram os mandantes desse brutal assassinato que vitimou nossa companheira e Anderson Gomes, mas, fazer justiça é também garantir que a população negra acesse direitos, condições de igualdade social.

Nossa luta neste 8M também é em solidariedade à luta do povo palestino contra o genocídio promovido por Israel, que dizima dezenas de milhares de mulheres e crianças, com a anuência das grandes potências capitalistas. A luta por uma Palestina livre é uma luta feminista.

Também nos colocamos nas ruas em solidariedade às mulheres argentinas,  que construíram nos últimos anos a multitudinária maré verde,  que inspirou todo o mundo na luta por aborto legal, e agora enfrentam o governo neofascista de Milei.  Estaremos com uma delegação de mulheres do MES e do Juntas!, junto à Setorial de Mulheres do PSOL, em Buenos Aires neste 8M numa construção de solidariedade feminista internacional.

A luta feminista antifascista é crucial para o avanço do das nossas bandeiras históricas e este 8M deve ser um exemplo para o conjunto dos movimentos sociais, apontando o caminho das ruas como aquele fundamental para a derrota da extrema direita.


TV Movimento

PL do UBER: regulamenta ou destrói os direitos trabalhistas?

DEBATE | O governo Lula apresentou uma proposta de regulamentação do trabalho de motorista de aplicativo que apresenta grandes retrocessos trabalhistas. Para aprofundar o debate, convidamos o Profº Ricardo Antunes, o Profº Souto Maior e as vereadoras do PSOL, Luana Alves e Mariana Conti

O PL da Uber é um ataque contra os trabalhadores!

O projeto de lei (PL) da Uber proposto pelo governo foi feito pelas empresas e não atende aos interesses dos trabalhadores de aplicativos. Contra os interesses das grandes plataformas, defendemos mais direitos e melhores salários!

Greve nas Universidades Federais

Confira o informe de Sandro Pimentel, coordenador nacional de educação da FASUBRA, sobre a deflagração da greve dos servidores das universidades e institutos federais.
Editorial
Israel Dutra e Roberto Robaina | 21 abr 2024

As lutas da educação e do MST indicam o caminho

As lutas em curso no país demonstram que fortalecer a classe trabalhadora é o único caminho para derrotar a extrema direita
As lutas da educação e do MST indicam o caminho
Edição Mensal
Capa da última edição da Revista Movimento
Revista Movimento nº 48
Edição de março traz conteúdo inédito para marcar a memória da luta contra a repressão
Ler mais

Podcast Em Movimento

Colunistas

Ver todos

Parlamentares do Movimento Esquerda Socialista (PSOL)

Ver todos

Podcast Em Movimento

Capa da última edição da Revista Movimento
Edição de março traz conteúdo inédito para marcar a memória da luta contra a repressão