Bolsonaro tentou vender outra joia, diz PF
Investigações revelaram que ex-presidente e seus auxiliares tentaram negociar ilegalmente pelo menos quatro conjuntos de bens no Exterior
Foto: Agência Brasil
O diretor da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, confirmou nesta terça-feira (11) que os investigadores descobriram uma nova joia negociada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nos Estados Unidos. A descoberta reforça as investigações sobre as transações de artigos de luxo realizadas por Bolsonaro e seus aliados, complicando ainda mais o caso.
A nova joia foi descoberta durante diligências da Polícia Federal nos Estados Unidos, com colaboração do FBI, a polícia federal dos EUA.
“A nossa diligência localizou que, além dessas joias que já sabíamos que existiam, houve negociação de outra joia que não estava no foco dessa investigação. Não sei se ela já foi vendida ou não foi. Mas houve o encontro de um novo bem vendido ou tentado ser vendido no exterior”, afirmou Andrei. “Tecnicamente falando, isso robustece a investigação”, disse o diretor.
Escândalo das joias
O caso das joias teve início em 2021, quando o então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, tentou entrar no Brasil com artigos de luxo na mochila. Esses bens, que não foram declarados, foram apreendidos pela Receita Federal, como revelou o jornal O Estado de S. Paulo.
Albuquerque afirmou que as joias eram presentes do governo da Arábia Saudita para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Segundo a colunista Monica Bergamo, a Receita Federal avaliou as joias em R$ 5.602.897,30.
As investigações revelaram que Bolsonaro e seus auxiliares retiraram do país pelo menos outros quatro conjuntos de bens, recebidos em viagens internacionais pelo ex-presidente em sua função de chefe de Estado. O ex-presidente e seus aliados tentaram vender esses itens nos Estados Unidos, transportando as joias no avião presidencial em 30 de dezembro, quando Bolsonaro deixou Brasília com destino a Orlando.
Ao que tudo indica, Bolsonaro deve ser indiciado por peculato, um crime que pode resultar em pena de 2 a 12 anos de prisão e multa. Caso a condenação seja superior a oito anos, a pena pode ser cumprida em regime fechado.