Israel assume bombardeio em escola da ONU em Gaza
Segundo Exército, instituição abrigava uma “base do Hamas’
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O Exército de Israel admitiu a autoria de um bombardeio contra uma escola da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) na Faixa de Gaza, nesta quinta-feira (6). Pelo menos 37 pessoas morreram. Justificando o indefensável, o Exército informou que o local abrigaria uma “base do Hamas”.
“Terroristas do Hamas e da Jihad Islâmica […] que haviam participado do ataque mortal contra as comunidades do sul de Israel em 7 de outubro operavam neste recinto”, diz o Exército em comunicado.
O hospital Mártires de Al Aqsa, localizado na cidade próxima de Deir al Balah, informou que recebeu “37 mártires” do ataque à escola da ONU. A administração do hospital destacou que um problema em um de seus geradores está dificultando o tratamento de pacientes vulneráveis e pode resultar em “uma catástrofe humanitária”. Segundo a ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF), desde terça-feira,a unidade recebeu “pelo menos 70 mortos e mais de 300 feridos, em sua maioria mulheres e crianças, por bombardeios israelenses nas zonas centrais da Faixa de Gaza”.
“O cheiro de sangue na sala de emergências esta manhã era insuportável. Há pessoas deitadas por todos os lados, no chão, fora. Estão trazendo os corpos em sacos plásticos. A situação é insustentável”, publicou na rede social X a coordenadora da MSF em Gaza, Karin Huster.
Desde janeiro, Israel acusa funcionários da UNRWA de envolvimento no ataque do Hamas em 7 de outubro que desencadeou a atual guerra. Em um artigo publicado no jornal The New York Times, o diretor da entidade, Philippe Lazzarini, exigiu que Israel pare com a “campanha” contra a agência.
Negociações por um cessar-fogo
Mediadores do Qatar, do Egito e dos Estados Unidos trabalham para obter um cessar-fogo, alguns dias após o presidente americano, Joe Biden, anunciar uma proposta de acordo que, segundo ele, foi idealizada por Israel. O plano prevê um cessar-fogo de seis semanas e a retirada israelense das áreas mais populosas de Gaza, a libertação de alguns reféns sob poder do Hamas e de prisioneiros palestinos detidos por Israel. Entretanto, o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, exige uma proposta que contemple o “fim completo” da ofensiva israelense, na “retirada total” do Exército para uma “troca dos prisioneiros”.
A guerra na Faixa de Gaza se estende há oito meses. O conflito começou após um ataque do Hamas contra o sul de Israel em 7 de outubro, que matou 1.194 pessoas, a maioria civis, e em 251 reféns. A partir disso, Israel iniciou uma ofensiva implacável para “aniquilar o Hamas’. Porém, os ataques no território palestino resultaram em mais de 36 mil mortos, a maioria mulheres e crianças, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.
*Com informações de agências internacionais