Organização lança campanha por fim de contratos entre Brasil e Israel
Movimento Boicote, Desinvestimento e Sanções questiona acordos militares que podem estimular genocídio na Palestina
Foto: Reprodução
Para pressionar o governo federal a revogar contratos de segurança com Israel, o Movimento Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) do Brasil lançou um manifesto com o apoio de mais de 70 organizações – entre partidos, sindicatos e movimentos sociais. Segundo o site Opera Mundi, os organizadores da campanha entendem que esses contratos “podem ser utilizados na prática ou na facilitação de violações graves do Direito Internacional Humanitário e dos Direitos Humanos, incluindo crimes de guerra e genocídio na Faixa de Gaza e Cisjordânia”.
A maior parte dos acordos foram firmados durante o governo Jair Bolsonaro (2019-2022), mas seguem em vigor apesar de o governo Lula se manifestar publicamente contrário contra o genocídio em andamento na Palestina. Os contratos preveem compra ou venda de armas, munições e outros equipamentos militares, além de softwares e tecnologias ligadas ao setor de segurança.
Este ano, as Forças Armadas brasileiras fecharam contrato com a Israel Aerospace Industries (IAI), sem licitação, de R$ 86 milhões para manutenção de drones – acordo que gerou um pedido de informações dos deputados do PSOL Fernanda Melchionna (RS), Sâmia Bomfim (SP) e Glauber Braga (RJ) ao Itamaraty.
Além da revogação desse contrato, o BDS questiona a exportação brasileiro para Israel.
“O Brasil é um dos dos principais fornecedores, abastecendo os jatos e os tanques usados nos ataques genocidas”, diz o movimento..
De 1 a 7 de julho, o BDS fará campanha pelo embargo militar a Israel, e o 3 de julho foi escolhido como Dia Nacional de Mobilização.
“Revogar esses acordos significa também rejeitar qualquer cumplicidade com uma indústria diretamente responsável pelo maior genocídio do século XXI até o momento. Algo bastante importante para um líder que busca se colocar ao lado dos oprimidos e dos trabalhadores”, afirmou a organização à Opera Mundi. “O Brasil tem a oportunidade de ir além das palavras e dar passos concretos para pressionar Israel a acabar com o genocídio em Gaza e desmantelar o seu regime de apartheid”, declarou.
*Com informações do Opera Mundi