A reta final da eleição uruguaia
As eleições do país vizinho acontecem no próximo domingo
Foto: Carlos Lebrato (lebrato.carlos@gmail.com)
A Frente Ampla (FA) uruguaia encerrou na última terça-feira sua campanha para as eleições do próximo domingo, 27 de outubro. O encerramento foi um ato multitudinário que reuniu mais de 100.000 pessoas.
A candidata a vice-presidente Carolina Cosse (ex-prefeita de Montevidéu) falou: “O Uruguai precisa que a Frente Ampla ganhe as eleições.” “Neste mundo de agora, e já há algum tempo, querem nos confundir.” “Às vezes nos dizem que as coisas nos são dadas, que a vida é como é e que devemos aceitá-la, que não importa o que façamos”, refletiu. Em seguida, afirmou que para o FA “cada uruguaio conta” e não se pode “deixar ninguém para trás; não há nenhuma possibilidade de avançar se não for com todos.” Nesse contexto, ela valorizou o papel da educação pública e disse que “não teria podido ser engenheira sem a educação pública.”
Depois foi a vez do candidato à presidência, Yamandú Orsi, que em sua intervenção apresentou cinco compromissos para um eventual governo da Frente Ampla no próximo período. O primeiro ponto foi: “Apostar permanentemente no diálogo para construir os acordos necessários”. Devem ser estabelecidas relações com os sindicatos, as comissões de fomento, empresários e partidos políticos. “Um país melhor não se constrói só entre nós.”
O segundo compromisso foi o “crescimento econômico e a estabilidade”, porque “a única forma de distribuir melhor é termos mais riqueza”. Ele enumerou uma série de iniciativas: “apoio às pequenas e médias empresas e o impulso à produção nas tecnologias da informação, infraestrutura e logística”. O terceiro compromisso é a “proteção e o bem-estar social”. “Somente com crescimento não temos desenvolvimento. O desenvolvimento é possível se o crescimento for equitativo.”
O quarto foi “assumir a responsabilidade pela segurança”, partindo da concepção de que “é um direito humano”. “É preciso ser muito rigoroso com o crime e muito rigoroso com as causas. Temos que recuperar territórios, recuperar aqueles que caem na desgraça de cometer um crime e que estão privados de liberdade. Não estamos reabilitando ninguém, é preciso dizer isso com todas as letras.”
Por fim, ele se comprometeu que “a honestidade e a decência vão governar”, com “a transparência como guia permanente”. Finalizou dizendo: “Temos que fazer com que a eleição seja um ato de amor pelo nosso povo, pelo outro, e um compromisso solidário para a construção de um Uruguai melhor.
Também na mesma semana, apesar da chuva torrencial, houve o ato de encerramento da campanha pelo voto a favor do sim no plebiscito pela reforma progressiva da seguridade social, devolvendo direitos históricos, além de tornar públicos os fundos de pensão.
Como diz o lema histórico da esquerda uruguaia, “Arriba los que Lucham”.