‘Se mexer com Bolsonaro, a bala come’, ameaça internauta do DF
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‘Se mexer com Bolsonaro, a bala come’, ameaça internauta do DF

Intimidação foi dirigida aos deputados Fábio Félix (PSOL) e Gabriel Magno (PT) durante sessão da Câmara Distrital, na terça-feira

Tatiana Py Dutra 21 nov 2024, 11:31

Foto: Reprodução

Deputados distritais foram alvo de ameaças explícitas durante uma sessão da Câmara Legislativa do Distrito Federal CLDF), em um episódio que evidencia o crescente extremismo de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Durante a transmissão ao vivo no YouTube, um usuário identificado como Marco Antônio publicou mensagens ameaçadoras, afirmando: “Se mexer com Bolsonaro, a bala come.”

O incidente ocorreu na terça-feira (19), enquanto os deputados Fábio Félix (PSOL) e Gabriel Magno (PT) discursavam sobre a operação da Polícia Federal que resultou na prisão de militares suspeitos de planejar assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

As ameaças não pararam por aí. O mesmo usuário reforçou a retórica violenta, escrevendo: “Bora se armar que o apocalipse vai começar.” Diante das declarações, Gabriel Magno denunciou a gravidade do ocorrido em plenário, afirmando:

“Essa turma não pode achar que a rede social, nem lugar algum, é terra sem lei. O extremismo que denunciamos hoje é exatamente o que leva a situações como essa: pessoas acreditando que podem ameaçar de morte adversários políticos. Que se investigue e que o tal Marco Antônio seja encontrado e responsabilizado.”

Extremismo político em ascensão

O episódio ilustra o avanço de discursos de ódio que transbordam das redes sociais para ameaças reais contra representantes eleitos. A normalização de retóricas violentas entre apoiadores radicais de Bolsonaro levanta preocupações sobre a segurança de parlamentares e a estabilidade do ambiente político no Brasil.

A Polícia Civil do Distrito Federal e a Polícia Legislativa já abriram investigações para identificar o responsável pelas ameaças. Contudo, o caso vai além de um ataque individual: ele reflete um cenário de intolerância fomentado por discursos que incentivam a violência como forma de resolver divergências políticas.

Em nota, a Câmara Legislativa do Distrito Federal afirmou que “que apurará, com todo o rigor, a autoria das ameaças endereçadas à Casa e aos seus parlamentares” e que assim que a autoria dos comentários for identificada, as medidas criminais e judiciais cabíveis serão adotadas. 

“A convivência democrática é uma das maiores conquistas da sociedade brasileira e não admite ameaças de qualquer tipo. A CLDF não aceitará ameaças nem à instituição nem aos parlamentares que a compõem, e reagirá a qualquer tentativa de intimidação aos trabalhos legislativos”, diz trecho do comunicado.

Intimidação como arma política

A tentativa de intimidar deputados em pleno exercício de suas funções democráticas representa não apenas uma ameaça à segurança dos parlamentares, mas também ao funcionamento das instituições democráticas. Transformar divergências políticas em justificativa para incitação ao ódio ou à violência é um absurdo que não pode ser tolerado em um estado de direito.

O episódio reforça a urgência de medidas mais rigorosas para combater o extremismo e responsabilizar quem promove discursos de ódio, especialmente em espaços públicos ou transmitidos ao vivo. Ao mesmo tempo, alerta para a necessidade de proteger os representantes eleitos, garantindo que possam exercer suas funções sem medo de retaliações ou ameaças.

A escalada desse tipo de comportamento não pode ser ignorada. A responsabilização de indivíduos como o autor das ameaças registradas na sessão deve ser exemplar, demonstrando que a democracia brasileira não cederá ao extremismo.


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Pedro Micussi