Israel enterra o cessar-fogo em Gaza com novos bombardeios
Ataque nesta terça-feira matou mais de 400 pessoas e encerrou trégua de menos de dois meses
Foto: Irna/Arquivo Fotos Públicas
Menos de dois meses após o início de um cessar-fogo, Israel retomou sua ofensiva na Faixa de Gaza com bombardeios que mataram mais de 404 pessoas e feriram outras 560.
A trégua, que entrou em vigor em 19 de janeiro de 2024, chegou ao fim na madrugada desta terça-feira (18), com intensos bombardeios atingindo diversos pontos da capital palestina. Escolas que abrigavam refugiados e áreas humanitárias foram alvos das explosões, causando um alto número de vítimas em Khan Younis, Jabalia e na Cidade de Gaza.
Israel justifica a nova investida pela recusa do Hamas em libertar mais de 50 reféns e afirma que os ataques continuarão “o tempo que for necessário”.
“Essas são medidas enérgicas contra a organização terrorista Hamas”, declarou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
O Hamas, por sua vez, afirma ter cumprido os compromissos do cessar-fogo e responsabiliza Israel pelo colapso da trégua. O grupo islâmico confirmou que entre os mortos no último ataque está seu ministro do Interior, assassinado junto com sua família em um campo de refugiados. A organização alertou que a vida dos reféns israelenses está em risco com a retomada da guerra.
Desde o início do conflito, em outubro de 2023, mais de 40 mil palestinos foram mortos, e a infraestrutura da Faixa de Gaza foi devastada por sucessivos bombardeios. A recente retomada dos ataques israelenses teve o aval dos Estados Unidos, que foram informados previamente da ofensiva e declararam apoio às ações militares.
Reação internacional
A reação internacional foi de enorme preocupação com a escalada do conflito.A Rússia condenou a ofensiva, expressando preocupação com a estabilidade regional e o alto número de vítimas civis. A Turquia intensificou suas críticas, acusando Israel de cometer genocídio. Já o alto comissário da ONU para direitos humanos, Volker Türk, afirmou estar “horrorizado” com a ação militar israelense e alertou para o agravamento da crise humanitária em Gaza.
“Não há saída militar para esta crise. O uso excessivo da força apenas intensificará a miséria da população palestina, que já enfrenta condições catastróficas”, afirmou o comissário.
Enquanto isso, negociadores tentam reverter o colapso da trégua e o futuro da região permanece incerto, com poucas garantias de uma solução pacífica no horizonte. A política genocida do estado sionista se comprova mais uma vez e a população de Gaz volta a ser novamente seu alvo.