Atividade em Minas Gerais sobre a entrada do MES na IV Internacional
Atividades internacionalistas sobre a IV Internacional aconteceram em Belo Horizonte e Betim
Seguindo em mobilização permanente pela construção de um mundo verdadeiramente justo, ou seja, socialista, ocorreu no último sábado, dia 07 de junho de 2025, nas terras mineiras, o seminário do Movimento Esquerda Socialista sobre a entrada do MES na IV Internacional. A atividade aconteceu em dois momentos e contou com a presença do Secretário Nacional do MES na figura do camarada Israel Dutra, cuja contribuição para o debate foi de suma importância.
Pela manhã, na Casa Marx-Engels, localizada na cidade de Betim e que é sede do MES no município, houve o lançamento da nova edição da Revista Movimento. Com a presença da diversa classe trabalhadora que constrói inúmeras lutas no território betinense, o qualificado debate girou em torno dos processos históricos das pretéritas Internacionais e da fundamental importância de atuarmos no tempo presente sob a bandeira das lutas internacionalistas. Três foram os principais pontos: organização da classe trabalhadora para barrar o avanço da extrema-direita, PALESTINA LIVRE e mobilização em prol do ecossocialismo popular. Após esse riquíssimo primeiro momento, o esperançar na luta organizada revolucionária pairou entre todos e todas, reforçando em nossas mentes e corações a convicção, como apontou o camarada Trotsky: “Se o capitalismo é incapaz de satisfazer as reivindicações que surgem infalivelmente dos males que ele mesmo engendrou, então que morra!”
Em consonância com os debates realizados pela manhã na Casa Marx-Engels, em Belo Horizonte, reuniram-se na sede do PSOL a militância do MES, com ponto on-line para os interiores, para debatermos sobre o que significa a entrada do MES na IV Internacional e de que formas isso nos permite novas possibilidades de intervenção. Com a abertura de Israel Dutra, ficou lúcida a contribuição da IV Internacional em vários processos da luta de classes durante a história internacional, em especial naqueles processos de países que insurgiram contra o colonialismo e a lógica imperialista burguesa. A existência de uma ferramenta internacional de organização da luta pelo socialismo é o que garante que possamos refletir e avançar de uma outra perspectiva, considerando acúmulos imprescindíveis de uma experiência mais ou menos avançada em diferentes localidades, mas, não só: a existência da IV é também a expressão de que a grande política e o debate geral não deve ser somente a soma das partes, mas o todo em si mesmo, com todas suas contradições e possibilidades de avançar apontando um horizonte programático que nos articulará para a superação contra nossos algozes.
Nossa contribuição como seção brasileira já nos impõe uma tarefa imediata: frear a crise climática e sermos verdadeiros guardiões das nossas florestas e rios, sendo a Amazônia parte do nosso território e, tendo em vista a realização da COP 30 em solo brasileiro, urge a necessidade da organização a partir dessa possível janela de mobilização em torno de uma política consequente e que se comprometa, abrindo mão de dar aos poderosos para dar ao povo. Tudo isso sem perder de vista os exemplos que nos dão Greta e Thiago Ávila que, corajosamente, tentaram romper o cerco de Gaza, não nos deixando esquecer de que a libertação será internacional, ou não será, e que se a defesa do meio ambiente não passa pela defesa intransigente do povo palestino hoje, onde está o epicentro da luta de classes contra o capitalismo em uma de suas formas mais crueis como têm sido Israel e os Estados Unidos, bombardeando crianças e as matando de fome, então essa defesa é insuficiente. E, apesar das maldades cometidas, dos crimes de guerra e da guerra em si na Palestina, apesar do genocídio do povo negro aqui no Brasil e do aprofundamento da austeridade contra as camadas mais pobres, apesar das tentativas de saquear nossas universidades, de constranger até às últimas consequências a disposição daqueles e daquelas que lutam, apesar disso tudo, temos reagido, e o içar das nossas bandeiras continua sendo a testemunha de que não abaixamos nossas cabeças.
É necessário manter a coragem frente àqueles que parecem ser grandes demais. O único lugar em que podemos ser maiores do que esses que nos pisam e nos tiram a alegria da esperança é na luta coletiva. O encontro realizado em Belo Horizonte serviu para trazer à tona a certeza compartilhada entre nós de que a resposta que podemos dar em contrapartida à desesperança empurrada goela abaixo dos nossos é a radicalização, ousando fazer uma força contrária à lógica da individualização e não permitir que a disputa neoliberal da vida tome o espaço da organização ao lado daqueles e daquelas que serão a resposta forjada nas lutas: nas ruas, nas associações de bairros, nos C.As, D.As e DCE’s, nos sindicatos, nas escolas, nas rodas de leitura, nos encontros de mulheres, das LGBTQIAPN+, da negritude, nos saraus, onde quer que exista um de nós. Porque, da mesma forma que quem derrotou os nazistas na II Guera Mundial foi, antes do exército vermelho, o povo, quem enterrará o neofascismo jogando Bolsonaro, Trump, Netanyahu e todos os fascistas na lata de lixo da história seremos nós, sem ter ilusões com ministros de governo e o limite da institucionalidade burguesa cujas ferramentas não são as da classe trabalhadora e jamais arrancarão a raiz das nossas opressões.
Saímos desse encontro ainda mais conscientes de que as tarefas que nós cumprimos são fundamentais para apontar um dia seguinte, pois quem materializa o programa é a militância. O MES deve ser o instrumento de luta de que precisamos, construído por essa militância, para enfrentar os desafios da nossa geração, abrindo um caminho por entre a desesperança conquistando corações e mentes para um futuro que só tem jeito porque nós estamos encontrando um.