Monica Seixas vai à Justiça contra aumento dos pedágios em SP
Deputada do PSOL denuncia política do governo Tarcísio que encarece o custo de vida e restringe o direito de ir e vir da classe trabalhadora
Foto: SPI/SP
A deputada estadual Monica Seixas (PSOL) anunciou que vai acionar judicialmente o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) em razão do novo aumento nas tarifas de pedágio em São Paulo. A medida, autorizada pela Agência de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp), vinculada ao próprio governo estadual, impôs um reajuste médio de 5,31% a partir desta terça-feira (1º), aprofundando o peso dos custos de transporte sobre a população trabalhadora.
Em um estado com 227 praças de pedágio em operação – incluindo os novos pórticos do sistema free flow -, a alta nos valores penaliza diretamente motoristas, caminhoneiros e usuários de transporte público intermunicipal, encarecendo a mobilidade e o custo de vida. Um dos exemplos mais simbólicos do impacto é o pedágio do Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI), considerado o mais caro do país, que saltará de R$ 36,80 para R$ 38,70.
Para Monica Seixas, trata-se de uma política que agride a dignidade dos trabalhadores:
“O preço do pedágio afeta muito o direito de ir e vir das pessoas, mas não é só isso. Num momento de crise econômica brutal, o aumento no valor de transporte de cargas e mercadorias vai chegar no prato do consumidor. Por isso é um absurdo propor um aumento desse tamanho”, afirmou a deputada.
A parlamentar critica o modelo de concessão adotado pelo governo paulista, que transfere ao setor privado a gestão das rodovias com apoio de recursos públicos, enquanto impõe tarifas abusivas à população.
“O povo paga duas vezes”, afirma, reforçando que vai contestar judicialmente a medida por seu caráter socialmente regressivo.
O aumento autorizado pela Artesp segue a variação do IPCA entre junho de 2024 e maio de 2025, conforme os contratos de concessão. No entanto, para o PSOL, usar um índice técnico para justificar aumentos automáticos, sem considerar os impactos sociais e econômicos, revela um governo alheio às condições reais da maioria da população.
O encarecimento das tarifas afeta diretamente o valor das passagens de ônibus intermunicipais e os fretes rodoviários, que acabam repassando os custos ao consumidor final. É o trabalhador que paga essa conta – seja na hora de ir trabalhar, seja na hora de fazer suas compras. É um projeto de mobilidade para os ricos e exclusão para os pobres.
A ação anunciada por Monica Seixas não é apenas jurídica, mas também política: o objetivo é denunciar um modelo que, sob o pretexto de eficiência e modernização, reforça desigualdades e limita o acesso da população aos espaços e aos serviços públicos essenciais.