Em Curitiba, Marcha da Maconha vira palco de resistência contra a criminalização da cannabis
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Em Curitiba, Marcha da Maconha vira palco de resistência contra a criminalização da cannabis

Professora Angela (PSOL), alvo de cassação na Câmara, denuncia a seletividade da “guerra às drogas” e defende modelo baseado em ciência e direitos humanos

Redação da Revista Movimento 16 set 2025, 08:00

Foto: Reprodução

Curitiba foi palco, no domingo (14), de mais uma edição da Marcha da Maconha, ato que reafirma a luta pela descriminalização e regulamentação da cannabis. A concentração ocorreu na Boca Maldita e seguiu até a Praça 19 de Dezembro, em um percurso marcado por música, cultura e discursos que ecoaram a defesa da liberdade e dos direitos humanos.

O evento aconteceu em um momento histórico: pouco mais de um ano após o Supremo Tribunal Federal (STF) descriminalizar o porte de pequenas quantidades de maconha para uso pessoal – até 40 gramas ou seis plantas fêmeas. A decisão representou um avanço contra a criminalização seletiva, que sempre atingiu de forma mais dura a juventude negra e periférica.

Entre as vozes que ganharam destaque esteve a da vereadora Professora Angela (PSOL), alvo de um processo de cassação na Câmara de Curitiba justamente por defender o programa de Redução de Danos. Em sua fala, ela reafirmou a coragem de enfrentar o conservadorismo:

“As drogas devem ser tratadas como saúde pública, e não como caso de polícia. A chamada guerra às drogas é, na verdade, uma perseguição aos pobres. Precisamos construir uma nova política, baseada na ciência, nos direitos humanos e no cuidado. Eu mesma respondo a um processo de cassação por levantar essa bandeira, mas seguiremos resistindo”, afirmou.

A presença da parlamentar simboliza a luta contra a tentativa de silenciamento de quem ousa propor alternativas ao modelo falido da “guerra às drogas”. Sua perseguição dentro da Câmara Municipal revela como setores conservadores tentam criminalizar não apenas usuários, mas também representantes que defendem políticas baseadas em evidências e direitos humanos.

A deputada federal Carol Dartora (PT) também participou do ato, reforçando a necessidade de transformar o debate sobre drogas em pauta de justiça social. Movimentos sociais e coletivos locais se somaram à caminhada, exigindo reparação histórica e o fim da criminalização da juventude periférica.

Paty, uma das organizadoras, ressaltou a importância da legalização: “A legalização pode movimentar a economia de forma sustentável, além de ampliar o acesso aos usos medicinais, culturais e artísticos. Seguimos sendo criminalizados, e por isso lutamos por justiça social e reparação histórica, ainda mais em uma cidade conservadora como Curitiba”.

A Marcha da Maconha em Curitiba se soma a dezenas de mobilizações pelo país, que ano após ano desafiam o moralismo e mantêm viva a luta por uma política de drogas justa, antirracista e comprometida com a vida.


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