Vitória de Catherine Connolly eleita Presidente da Irlanda: Uma vitória histórica para a esquerda
Pela primeira vez, a esquerda irlandesa conquista a maioria dos votos em uma eleição nacional, resultando na eleição presidencial de Catherine Connolly
Publicado originalmente em https://rupture.ie/articles/catherine-connolly-wins-an-historic-victory-for-the-left
A vitória categórica de Catherine Connolly na eleição presidencial da Irlanda é um divisor de águas. É a primeira vez que a esquerda irlandesa conquista a maioria dos votos em uma eleição nacional. Esta também não foi uma vitória apertada; Catherine obteve o maior percentual e o maior número total de votos entre todos os candidatos presidenciais da história do país.
As forças do establishment político e midiático irlandês, em conjunto, fizeram tudo o que podiam contra Connolly para tentar conter o ímpeto por trás de sua campanha. “Difamá-la até a morte”, como sugeriu Ivan Yates, foi a estratégia empregada. Sua viagem à Síria, sua contratação de um republicano condenado por um crime com arma de fogo, seus comentários em oposição aos imperialismos americano, francês e britânico, bem como seu trabalho anterior como advogada, foram todos incansavelmente escrutinados e revirados.
O fio condutor da maioria das difamações foi o fato de ela não estar ligada ao establishment político e midiático, em sua defesa da neutralidade e sua oposição a um alinhamento cada vez mais público com a OTAN. Enquanto Heather Humphreys, do Fine Gael, se recusou terminantemente a criticar o que chamou de “nossos aliados” e sua participação no genocídio, Catherine Connolly criticou abertamente o financiamento americano dos crimes de guerra israelenses e a iniciativa de rearmamento na Europa, o que levou horror à maioria dos comentaristas políticos irlandeses.
Apesar disso, sua campanha, apoiada por todos os partidos de “esquerda” e por um movimento construído pela base, continuou a ganhar apoio em sucessivas pesquisas eleitorais e derrotou facilmente às candidaturas do establishment. Alguns tentam minimizar a extensão da vitória, apontando para as calamidades que atingiram os partidos do establishment – desde a desistência da candidata preferida do Fine Gael, Mairead McGuinness, por questões de saúde, e a dramática retirada da candidata do Fianna Fáil em meio à disputa, até as atuações pouco convincentes de Heather Humphreys na mídia. Mas esses fiascos foram, em grande parte, uma expressão do declínio das bases sociais do Fianna Fáil e do Fine Gael.
O fato de o Fianna Fáil, historicamente o maior partido da Irlanda, não ter conseguido encontrar um candidato confiável dentro de suas próprias fileiras e sua direção ter se sentido compelida a escolher uma celebridade para impedir que o corrupto ex-Taoiseach, Bertie Ahern, fosse indicado, é por si só instrutivo. O fato de Jim Gavin ter sido desmontado por um escândalo por ter roubado dinheiro de um de seus inquilinos foi uma justiça poética para o Fianna Fáil.
Da mesma forma, o fato de Heather Humphreys ter se mostrado uma candidata tão fraca exemplifica o quão profundamente desconectado o Fine Gael está da maioria das pessoas. Eles estavam convencidos de que Humphreys se provaria uma figura popular com um estilo “pé no chão”. Na prática, ela parecia desconfortável com qualquer questionamento que fosse além de frases de efeito. Apesar de seu cargo anterior como ministra, ela nunca havia enfrentado questionamentos muito desafiadores. Será que Mairead McGuinness teria sido uma candidata melhor para o Fine Gael? Ela se sairia melhor nos debates, sem dúvida. Mas, nesse caso, o debate teria se concentrado mais na direção da União Europeia e em sua estreita relação com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que apoia Israel. A maioria ainda está com Connolly.
Por que ela venceu?
Não devemos esquecer que os jornalistas tradicionais “perderam o bonde” completamente. Eles estavam ocupados nos dizendo a todo tempo como esta eleição presidencial foi “morna” e “pouco inspiradora”, enquanto um movimento se desenvolvia rapidamente em apoio a Connolly. Para aqueles que pensam que a política de verdade só acontece entre as quatro paredes da Leinster House, esta foi uma campanha entediante. Mas, no mundo real, Catherine estava motivando 1.500 jovens a comparecer a um evento de arrecadação de fundos na Vicar Street, que esgotou em menos de uma hora, e comícios e plenárias em todo o país que lotaram em todas as ocasiões.
Muita tinta será gasta agora por eles para evitar a conclusão mais básica e simples: Connolly venceu porque a maioria das pessoas concorda com seus valores, os valores da esquerda, e não com os do Fianna Fáil e do Fine Gael. Uma grande maioria apoia a neutralidade, apoia o direito à moradia e aspira a uma sociedade mais igualitária e justa. Estão horrorizados com o genocídio em Gaza e querem um presidente que seja claro e direto quanto à questão da liberdade palestina. A mensagem de Connolly de um movimento trabalhando para construir o que ela chamou de “uma nova República” repercutiu profundamente.
A juventude foi a energia e a vitalidade da campanha. Na pesquisa final do instituto Red C, ela obteve 57% entre os jovens de 18 a 34 anos, em comparação com 17% de Humphreys. Entre as pessoas de 35 a 54 anos, ela obteve 49% e, entre os com mais de 55 anos, 43%. O jornal Irish Times entrevistou 35 eleitores de primeira viagem: 29 votaram em Connolly, cinco estavam anulando seu voto e apenas um votou em Humphreys! Ela também obteve maior aprovação entre as mulheres do que entre os homens, e isso ficou evidente na prática. Muitos na campanha comentaram as semelhanças com a campanha contra restrições no Direito ao Aborto (2018) – que teve mulheres jovens como força motriz. Os jovens disseram não aos partidos conservadores e votaram em alguém que oferecia esperança e uma alternativa.
A campanha de difamação foi totalmente ineficaz e, em última análise, contraproducente para Fine Gael por uma série de razões. Uma delas é que Connolly nunca vacilou diante dos ataques. Ela não cedeu um centímetro e não se desculpou por suas críticas ao rearmamento europeu, nem por contratar uma pessoa que havia sido condenada. A ideia de que sua franqueza a prejudicaria não fazia sentido, considerando que nosso atual e muito amado presidente, Michael D. Higgins, também é um crítico do imperialismo estadunidense e da política governamental dos EUA. A própria natureza da Presidência também criou um terreno mais favorável à esquerda. A falta de poder real da presidente significava que as pessoas tinham liberdade para votar nos valores progressistas aos quais aspiravam, sem que o establishment pudesse ameaçar com implicações econômicas terríveis.
As qualidades pessoais de Catherine também se destacaram na campanha. “Autêntica” foi a palavra que muitas pessoas comuns usaram para descrevê-la. Todos os vídeos dela brincando com crianças e adultos, desde os “embaixadinhas” e “dribles” com uma bola de basquete, até clipes dela dançando uma céilí (dança tradicional gaélica) e tocando piano, revelaram um lado humano dela que as pessoas acharam imensamente atraente.
Outra razão pela qual Catherine venceu por uma margem tão ampla é que um movimento foi energizado em torno dela. Não há precedentes na história recente de uma campanha presidencial que se tornasse um movimento dessa forma. Embora Michael D. Higgins tenha se mostrado um presidente eficaz, sua campanha de 2018 foi, na verdade, apoiada pelo Fianna Fáil e pelo Fine Gael, enquanto ele venceu em 2011 devido à queda do apoio a Sean Gallagher após o debate final. A vitória mais próxima é a de Mary Robinson em 1990, apoiada por uma coalizão do Partido Trabalhista, do Partido dos Trabalhadores e dos Verdes.
Esta foi uma campanha insurgente e de oposição, organizada por ativistas aguerridos da esquerda independente e partidária. Mais de 15.000 pessoas se voluntariaram – a grande maioria das quais não era filiada a nenhum partido político. Mais da metade delas contribuiu financeiramente ou se tornou ativa na campanha. Essa energia, combinada com uma organização digital inteligente e mensagens nas mídias sociais, significou que a campanha de Connolly foi muito mais eficaz do que a campanha do Fine Gael em reunir e discutir com os eleitores. Em todos os círculos eleitorais, houve uma quantidade significativa de campanhas organizadas, em um nível que certamente não se via há décadas para uma eleição presidencial no país.
Anular o voto?
Com a direita católica ultraconservadora falhando por pouco em obter indicações suficientes de deputados ou senadores para entrar na cédula eleitoral, a extrema-direita lançou uma campanha ativa de “Estragar o Voto“. Esta é novamente uma novidade na política irlandesa.
Os mais de 12% que obtiveram em “votos estragados” são outro alerta: a extrema-direita tem suas garras e influência em comunidades da classe trabalhadora. No entanto, a experiência de campanha em áreas mais pressionadas da classe trabalhadora prova que esta não é uma batalha perdida, mas sim uma batalha que deve ser enfrentada. A maioria dos que consideraram anular o voto estavam abertos a se convencer de que o melhor protesto era derrotar o establishment político. Uma organização comunitária profunda e a tentativa de mobilizar as pessoas para a ação em questões como a crise do custo de vida serão essenciais para não entregar essas comunidades à extrema-direita.
Embora a extrema direita não estivesse diretamente na disputa eleitoral, sua ascensão e o aumento dos ataques racistas e do sentimento reacionário foram, sem dúvida, um fator determinante na campanha. Muitos, com razão, viram o apoio a Connolly como uma forma de se opor à guinada política à direita, à qual o Fine Gael e o Fianna Fáil se inclinaram. Sua vitória faz parte de uma contracorrente à ascensão da extrema direita.
Connolly também se destacou como uma militante de longa data pelo investimento na Gaeltacht (região da Irlanda onde o gaélico é falado com predominância) e pelo apoio à língua irlandesa. O fato de ter aprendido a falar irlandês fluentemente depois dos 40 anos reforçou seu compromisso com a língua e as comunidades Gaeltacht. Portanto, devemos ver sua campanha como parte de um novo renascimento da língua irlandesa, evidenciado pela popularidade do conjunto de rap Kneecap e outros artistas. Isso faz parte da formação de uma identidade progressista do que é ser irlandês hoje, em relação à nossa história anticolonial e em oposição ao nacionalismo branco e restrito da extrema direita, que faz mau uso da bandeira tricolor da República.
Esquerda socialista – um pilar fundamental da campanha
A esquerda socialista, em particular People Before Profit e os ativistas independentes de esquerda, foram uma parte crucial da campanha de Connolly. Muitos dos principais ativistas que desempenharam papéis centrais em nível nacional eram veteranos de campanhas anteriores bem-sucedidas lideradas pela esquerda.
A decisão de People Before Profit em se jogar com tudo nesta campanha, apesar das limitações do papel da Presidência, foi justificada pelo dinamismo da campanha, pelo resultado e pelas oportunidades que se abrem agora. Embora o nível de ativismo na prática tenha sido menor do que o que seria possível com uma campanha mais longa, representa, ainda assim, uma vitória crucial após uma eleição geral desafiadora e abre novas oportunidades.
Ativistas independentes que antes eram céticos em relação ao PBP notaram a abordagem construtiva e não sectária adotada pelo partido. Eles poderiam considerar se juntar ao PBP para trabalharmos juntos na construção de um partido pluralista e ecossocialista de massas.
Espero que os setores da esquerda socialista que apoiaram Catherine com relutância, enquanto criticavam o envolvimento do PBP na campanha, reflitam sobre o que aconteceu e do que eles acabaram se afastando. Uma polarização esquerda-direita ocorreu, e a esquerda venceu. Milhares de novos ativistas foram mobilizados pela primeira vez e ganharam experiência política e organizativa. O ímpeto que havia se deslocado para a direita foi recuperado pela esquerda.
Outros partidos no campo de Connolly
A campanha de Connolly também teve uma dinâmica dentro dos outros partidos que a apoiaram. Os sociais-democratas apoiaram Catherine Connolly desde o início. Eles ajudaram a criar um ímpeto na esquerda, o que efetivamente deixou o Partido Trabalhista e os Verdes com a escolha entre apoiar Connolly ou não ter nenhum candidato. Os membros do Partido Social-Democrata se engajaram com entusiasmo em nível local e nacional.
O Sinn Féin ingressou na campanha relativamente tarde, após considerar lançar seu próprio candidato. Contribuiu qualitativamente para a campanha em nível central e local, trabalhando de forma construtiva, ao mesmo tempo em que aproveitou a oportunidade para repopularizar Mary Lou McDonald como uma futura opção para Taoiseach (Primeira Ministra). Esta foi a primeira tentativa séria de implementar a estratégia de um “bloco republicano de esquerda progressista que respeita a independência e a autonomia dos partidos políticos cooperantes”, proposta pela primeira vez após as últimas eleições gerais pelo presidente nacional do Sinn Féin, Declan Kearney.
Sob qualquer aspecto foi um sucesso, não apenas com a vitória de Catherine Connolly, mas com um aumento de 5% nas pesquisas para o Sinn Féin. Trabalhar com outros partidos provou ser eficaz para aumentar o apoio ao SF. Para os membros do Sinn Féin e sua direção, a questão-chave é se eles estão agora dispostos a descartar uma coalizão com o Fianna Fáil e o Fine Gael e concentrar toda a sua energia em uma campanha por um governo de esquerda.
Para o Partido Trabalhista e os Verdes, a campanha de Connolly foi polarizadora. Expôs e enfraqueceu seus setores mais à direita. O ex-líder trabalhista Alan Kelly era convocado quase semanalmente pela mídia para declarar sua oposição a Catherine Connolly e seu apoio ao Fine Gael. A mídia relatou uma inquietação mais ampla entre os parlamentares, embora isso não tenha se materializado publicamente. Com a vitória tão decisiva de Connolly, a posição de Kelly está agora enfraquecida.
O mesmo aconteceu no Partido Verde, com o ex-deputado democrata Brian Leddin renunciando ao partido em oposição ao apoio a Catherine Connolly, principalmente, ao que parece, devido à sua oposição à guerra e ao imperialismo. Alguns outros o seguiram.
A derrota da oposição à cooperação de esquerda no Partido Trabalhista e nos Verdes deve facilitar para suas direções prosseguirem com essa iniciativa, se assim o desejarem. Um grande obstáculo, porém, é que, até agora, a aliança progressista proposta tanto pelo Partido Trabalhista quanto pelos Verdes (predominantemente direcionada aos sociais-democratas) tem sido maximizar a influência de negociação desses partidos em uma futura coalizão com o Fianna Fáil ou o Fine Gael. Não é isso que os envolvidos na campanha de Connolly buscam – eles querem, com razão, colocar para fora o Fianna Fáil e o Fine Gael.
O que vem pela frente?
Para os milhares de pessoas que se engajaram ativamente na campanha de Catherine Connolly e para muitas outras que a apoiaram passivamente, a grande questão é: o que vem a seguir? Ninguém acredita que vencer a Presidência seja suficiente para mudar o país, dados os poderes muito limitados a esse cargo associados. Catherine Connolly representará bem nossos valores na Presidência e se mostrará uma pedra no sapato do establishment político. Sem dúvida, as colunas de comentaristas reclamando sobre a extrapolação dos limites do cargo pelo Presidente, que se tornaram tão comuns no governo de Michael D. Higgins, vão continuar.
Mas as pessoas entendem que, para efetuar a mudança que precisamos, precisamos vencer muito mais do que a Presidência. A grande lição é que, se a esquerda se unir e buscar mobilizar as pessoas, ela pode vencer. A dinâmica da unidade pode gerar confiança e entusiasmar outros a se envolverem. A questão de um governo de esquerda volta a ganhar cada vez mais destaque.
No entanto, qualquer tentativa de desenvolver uma iniciativa focada apenas nas próximas eleições gerais está fadada ao fracasso, permitindo que toda essa energia e ativismo sejam dissipados. Desempenhar o papel de uma “oposição responsável”, esperando entre 2020 e 2024, provou ser calamitoso para o Sinn Féin.
As pessoas que sofrem com o impacto dos sucessivos aumentos nos preços da energia e dos alimentos não podem esperar. Aqueles que enfrentam despejos ou aumentos massivos de aluguel devido aos novos planos do governo não podem esperar. Aqueles que desejam ações significativas para a Palestina e a defesa de nossa neutralidade militar não podem esperar. Iniciativas conjuntas devem ser organizadas, juntamente com sindicatos e movimentos sociais – para defender o Triple Lock (mecanismo que garante a neutralidade militar irlandesa, mesmo como parte da UE); exigir a implementação integral do Projeto de Lei dos Territórios Ocupados (lei irlandesa que proíbe qualquer comércio com territórios ocupados, incluindo Israel) antes do Natal; acabar com a crise do custo de vida por meio do controle de preços e do fim da especulação; e implementar a proibição de despejos, juntamente com controles significativos de aluguel e construção de prédios públicos.
No entanto, lutas defensivas por si só são insuficientes. Precisamos elevar a expectativa do povo para a possibilidade de um governo de esquerda pela primeira vez na história do país. O People Before Profit propõe a outros partidos e indivíduos a organização de uma grande conferência da esquerda no Ano Novo para discutir como a cooperação da esquerda pode ser aprofundada, com vistas a apresentar uma escolha clara nas próximas eleições gerais: Fianna Fáil e Fine Gael, e seus aliados, versus um governo de esquerda.
Tudo isso levanta questões complexas para a esquerda socialista. Entendemos que o sistema capitalista, onde predomina o lucro, simplesmente não pode oferecer o que as pessoas exigem e precisam – o direito a um lar e a uma vida digna, um mundo sem guerra e opressão, o direito a um futuro sustentável e habitável para nossos filhos. Portanto, só entraremos em um governo que se comprometa com uma estratégia de poder popular, mobilizando a partir de baixo para superar a oposição da poderosa classe capitalista e promover uma mudança ecossocialista. Isso está longe do programa dos outros grandes partidos que apoiam Connolly.
No entanto, queremos ativamente o fim dos governos do Fianna Fáil e do Fine Gael. Queremos um governo de esquerda, mesmo com um programa muito mais limitado do que o ecossocialista que defendemos. Queremos que este governo e a abordagem de reforma do capitalismo sejam testados perante as massas. Estamos, portanto, abertos a participar desta dinâmica rumo a um governo de esquerda, incluindo o compromisso de votar para permitir a sua formação, apesar das limitações muito significativas do provável programa. A condição fundamental para nós é que mantenhamos o nosso direito à independência, que possamos apresentar a nossa própria posição ecossocialista e que continuemos a fortalecer as nossas ligações com as comunidades para mobilizar o poder das pessoas de baixo.
Em 1843, Karl Marx forneceu orientações úteis para socialistas que abordavam situações complicadas:
“Não confrontamos o mundo de forma doutrinária com um novo princípio: Aqui está a verdade, ajoelhe-se diante dela! Desenvolvemos novos princípios para o mundo a partir dos próprios princípios do mundo. Não dizemos ao mundo: Cessem suas lutas, elas são tolas; nós lhes daremos o verdadeiro slogan da luta. Apenas mostramos ao mundo aquilo pelo qual ele realmente luta, e a consciência é algo que ele precisa adquirir, mesmo que não queira.“
Um número significativo de pessoas está agora ansioso para dar os próximos passos após a campanha de Connolly para trabalhar para se livrar do Fianna Fáil e do Fine Gael e eleger um governo de esquerda. Deveríamos estar lá, ao lado deles, organizando-nos e tomando medidas em conjunto, aproveitando a oportunidade para convencer as pessoas do argumento apresentado por James Connolly em 1897:
“Se vocês retirarem o Exército Inglês amanhã e hastearem a bandeira verde sobre o Castelo de Dublin, a menos que se empenhem na organização da República Socialista, seus esforços serão em vão.“
Para conquistar uma República verdadeiramente nova, não bastará substituir o governo ou mesmo redigir uma nova Constituição. É necessária uma República socialista com os trabalhadores e os oprimidos no poder.