Nosso papel na COP-30: a mobilização é o caminho!
Nota da Setorial Ecossocialista do Movimento Esquerda Socialista (MES)
Ontem (11), pelas ruas de Belém, nas imediações dos espaços oficiais da COP-30, aconteceu a Marcha Global da Saúde e do Clima. A marcha aconteceu um dia depois da abertura oficial da COP-30 e na véspera da Cúpula dos Povos, configurando-se como uma ação de rua independente e combativa do movimento socioambiental brasileiro, particularmente dos trabalhadores da saúde, da juventude e dos povos indígenas ali reunidos.
A COP-30 acontece em Belém depois de edições realizadas em países não democráticos e petrolíferos. No Brasil, em vez de superados, os limites da COP no enfrentamento à emergência climática ficaram mais aparentes, com o avanço da exploração de petróleo na Foz do Amazonas, a financeirização das florestas tropicais proposta no TFFF e a inclusão dos rios Tocantins, Madeira e Tapajós no Programa Nacional de Desestatização (PND).
Diante deste cenário, é fundamental a ação independente do movimento social para – como definiu a nota do Conselho Indígena Tapajós e Arapiuns (CITA) – “romper o silêncio e exigir participação real nas decisões climáticas que afetam nossos territórios e modos de vida”.
Foi assim, para romper o silêncio e revelar ao mundo as contradições e os limites da COP-30, que os povos indígenas do Baixo Tapajós, o movimento Juntos e dezenas de ativistas sociais ocuparam pacificamente a “blue zone”, espaço de restrita participação controlado pela ONU.
A ação direta do movimento indígena do Baixo Tapajós em unidade com os movimentos sociais, sob ataques da imprensa burguesa e da extrema direita, deve ser defendida por toda esquerda independente e democrática. Lideranças indígenas, como Auricelia Arapiun, Margareth Maytapu e Gilson Tupinambá, devem ser cercadas de ampla e irrestrita solidariedade diante dos ataques desferidos pelos poderosos. Lutar não é crime!
Diante da COP e da incapacidade dos governos em oferecer respostas frente ao colapso ambiental, apostamos na mobilização social, na construção de um polo crítico, ecossocialista e independente. Estaremos na Cúpula dos Povos como parte desta necessidade, com iniciativas próprias e também se somando às iniciativas comuns, como a Marcha Global pelo Clima no dia 15/11. Fomos parte do II Encontro Ecossocialista Latino-americano e Caribenho, além de estarmos pela Fundação Lauro Campos e Marielle Franco em atividades unificadas com o ANDES.
A saída do colapso ambiental está nos povos que resistem e não aceitam a abreviação da vida em prol lucro. Essa é a luta da humanidade para salvar a si mesma da inevitabilidade da catástrofe capitalista. É o início de uma luta prolongada.