A mais ampla unidade pelo triunfo da mobilização popular
Manifesto da organização política Súmate al Nuevo Perú convocando a próxima Greve Geral no país.
Via Súmate
Crescem as ações de protesto em todo o país contra o governo usurpador e repressivo de Boluarte por causa do massacre em Juliaca no último 6 de janeiro, com 48 mortos em resultado de uma repressão brutal.
Ao mesmo tempo em que Boluarte e seu Primeiro Ministro Otárola dão luz verde para a repressão violenta no sul do país, em Lima o pacto de impunidade é selado, o Congresso dá o voto de confiança ao novo gabinete, deixando impune o assassinato de nossos compatriotas, numa clara demonstração política de que o Executivo e o Legislativo estão em um caminho de maior confrontação contra o povo mobilizado para assim garantir a continuidade do modelo econômico neoliberal e garantir os negócios e privilégios dos grupos no poder.
O discurso de Boluarte, além de tentar acalmar os ânimos, acaba afirmando que ele não renunciará, em uma mensagem clara de que tem disposição para arrasar a justa luta do povo trabalhador e pôr um fim a todos os sinais de oposição. O “diálogo” enganoso que ela propõe é acompanhado de medidas repressivas que violam os direitos fundamentais do povo, um estado de emergência em Puno, Cuzco, Callao, Lima, Madre de Dios e outras cidades, criando um ambiente favorável para que a polícia e as forças militares atuem impunemente. Pela mesma razão, a GREVE NACIONAL do próximo dia 19 de janeiro deve constituir uma resposta justificada às medidas repressivas e antidemocráticas do governo e avançar na conquista das demandas do povo.
A demissão dos Ministros do Trabalho, das Mulheres e a mudança no Ministro do Interior são fatos que indicam que as coisas não estão pacificadas nem nas cúpulas, que há fissuras na direita. O fato do promotor Benavides ter aberto uma investigação sobre Boluarte e Otárola por genocídio, mesmo que ao final nada aconteça, é uma expressão do que estamos dizendo e é sem dúvida uma resposta à força da mobilização popular.
É por isso que, em nossa opinião, a busca da mais ampla unidade de ação e de uma organização mais centralizada é necessária pois será o que garantirá uma vitória popular. Somar diferentes setores da sociedade é a chave para fortalecer nossa luta heróica que está dando a volta ao mundo e na qual milhares se solidarizam e condenam os assassinatos.
Portanto, é importante que impulsionemos a contundência e a massividade da greve do dia 19, o que significa trabalhar em cada estrutura promovendo assembleias de consulta (professores em escolas, trabalhadores em diferentes setores, estudantes em universidades, sindicatos de transporte, setores rurais e urbanos), é uma tarefa fundamental para que a greve seja capaz de fazer passar as demandas que têm sido levantadas.
Finalmente, juntamente com as demandas e exigências de demissão de Dina Boluarte e da mesa diretiva do Congresso, eleições em 2023 e uma Assembleia Constituinte, há mais uma tarefa na luta do povo: a exigência do julgamento e punição dos responsáveis pelos 48 irmãos e irmãs assassinados. A primeira pessoa que deve estar no banco dos réus é Dina Boluarte, seu primeiro ministro e outras autoridades sobre as quais deve cair o repúdio do povo e o peso total da lei.
Viva a Greve Nacional de 19 de Janeiro!
Fora Boluarte, seu gabinete e seus cúmplices no Congresso!
Eleições em 2023 !
Assembleia Constituinte!
Nem uma morte mais!
Julgamento e punição para os assassinos dos 45 irmãos e irmãs!