Contra a violenta repressão da ditadura peruana aos estudantes de San Marcos
As organizações peruanas Súmate al Nuevo Perú e MUP (Movimento pela Unidade Popular) denunciam a invasão policial contra a Universidade de San Marcos.
O ataque da Polícia Nacional Peruana contra os estudantes da Universidade Nacional Maior de San Marcos (UNMSA) é a mais nova ação da ditadura de Dina Boluarte contra o povo organizado que resiste ao golpe. Abaixo transcrevemos as declarações de repúdio do MUP (Movimento pela Unidade Popular) e da companheira Marycielo Hidalgo, militante da corrente Súmate al Nuevo Perú. A grande maioria dos estudantes presos estão sendo gradualmente libertados, mas a luta no país vizinho continua até a derrota de Boluarte e de seu governo golpista.
Condenamos a repressão e o abuso cometido contra o povo em San Marcos!
#DinaRenunciaYa
Diante da repressão desencadeada pelo regime civil-militar da ilegítima Dina Boluarte na Universidade de San Marcos, o MUP aponta o seguinte:
- Fazemos parte do povo organizado que luta para retirar o governo autoritário de Dina Boluarte e que mobiliza sua solidariedade utilizando os espaços públicos para exercer seu direito de protesto.
- A Universidade Nacional Maior de San Marcos é uma instituição acadêmica que historicamente tem se caracterizado por suas ligações com os setores populares, seu apoio ao ativismo político, o diálogo plural e o debate de ideias como parte da construção do conhecimento a serviço da maioria.
- O apoio dado pelos estudantes universitários ao povo em luta em todo o país é um exemplo das melhores tradições democráticas. Ao contrário do discurso reacionário, a solidariedade estudantil dá prestígio à nossa universidade e amplia sua conexão com a realidade do país.
- Condenamos a repressão do regime ditatorial de Dina Boluarte, que reproduz o estilo das piores ditaduras, violando os campi universitários para impor pela força a autoridade que não tem através da legitimidade popular. Sua vitória repressiva é ínfima porque a solidariedade está crescendo e a mobilização do povo continua.
- Da mesma forma, condenamos a Reitora Jerí Ramón Ruffner, que, ignorando seu papel diante da história, decidiu aliar-se ao regime em decomposição liderado pelos assassinos dos massacres de Puno, Cusco e Arequipa. Seu nome agora está ligado ao de Boluarte e a seu gabinete de ministros, como parte desse conjunto de autoridades ilegítimas que atacam e punem aqueles que deveriam representar. Neste sentido, exigimos sua destituição imediata do cargo.
- Exortamos o corpo estudantil universitário e o povo em geral a não cessar a luta. Exigimos a renúncia de Dina Boluarte, o fechamento do Congresso e a convocação de uma Assembleia Constituinte, como um caminho para as mudanças fundamentais que o Peru de todos os sangues tem exigido há mais de dois séculos.
MUP – Movimento pela Unidade Popular
Repúdio à PNP e Boluarte pela repressão violenta na Universidade de San Marcos
Eu, Marycielo Hidalgo, militante de Súmate – Nuevo Perú, como estudante universitária denuncio fortemente que hoje de manhã, um exército de policiais entrou violentamente na Universidade Mayor de San Marcos com tanques e bombas de gás lacrimogêneo, violando a autonomia universitária e em cumplicidade com o atual reitor. O ataque da polícia contra os jovens é uma clara violação dos direitos fundamentais dos estudantes e dos irmãos e irmãs das províncias que lá se alojavam.
A arrogância e arbitrariedade com que a força policial agiu representa uma atitude muito séria de autoritarismo e intimidação para com aqueles que vêm exercendo seu direito de protesto e para com os jovens universitários, estando diretamente ligada à política de repressão exercida pela ditadura comandada pela Sra. Dina Boluarte. O uso indiscriminado da força não diminuirá nosso protesto nem silenciará nossas vozes que exigem que se vão todos.
Como jovem universitária, sou solidária com nossos companheiros e com os mais de 200 irmãos e irmãs da província que foram detidos arbitrariamente. Convido os estudantes de todo o país, as várias federações universitárias a denunciar este ultraje, a realizar reuniões, vigílias e atos de solidariedade até que os detidos sejam libertados.
Marycielo Hidalgo – Universidade Nacional Jorge Basadre Grohmann