Video: Luciana Genro presta solidariedade a mobilizações na França
Mais de 500 pessoas foram presas em protestos contra a reforma da Previdência
Desde janeiro, os franceses vão às ruas para protestar contra a reforma da Previdência adotada pelo governo do presidente liberal Emmanuel Macron. As manifestações ocorrem em várias cidades, reunindo multidões. Na capital francesa, porém, as tensões vem escalando desde o último final de semana e, na terça-feira (28/03), houve confronto entre populares e a polícia. Pelo menos 500 pessoas foram presas em Paris desde sábado.
Os protestos vêm acompanhados por greves e bloqueios. Os grevistas fecharam a Torre Eiffel na segunda-feira, e o Museu do Louvre não abriu as portas. Depósitos e refinarias foram bloqueados e 15% dos postos de gasolina ficaram sem combustível. Nas últimas semanas, milhares de toneladas de lixo ficaram acumuladas nas ruas de Paris, como reflexo da paralisação de três semanas dos trabalhadores de saneamento. A greve foi interrompida ontem (29), para a coleta dos resíduos.
Apesar de tentar solucionar o conflito social, o governo Macron não cogita a retirada da lei impopular. A nova norma – aprovada por uma canetada permitida por um dispositivo constitucional – aumenta a idade de aposentadoria a partir de 2030 e antecipa para 2027 a exigência de contribuição por 43 anos (hoje são 42) para que o trabalhador receba pensão integral.
Em sua participação no programa Atualidades, da TV Pampa, de Porto Alegre, a presidenta do PSOL-RS, deputada estadual Luciana Genro, comentou a situação. Ela prestou solidariedade aos franceses que se dedicam a derrotar a impopular medida, que “é mais uma tentativa de fazer aquele velho ajuste das contas públicas nas costas dos trabalhadores”
“Ele [Macron] não tinha maioria para aprovar a reforma da Previdência no Congresso Nacional e apelou para um artigo da Constituição que permite aprovar uma lei sem ter os votos necessários para aprovar essa lei. Mas o povo francês tem uma tradição muito longa. Não é à toa que foi lá a primeira revolução burguesa, que foi a Revolução Francesa. O povo não aceitou a ditadura de Macron e continua na mobilização. Todos os dias, estouram lutas, movimentos, protestos, nos bairros, nas cidades da França. E nesse final de semana, uma grande manifestação voltou às ruas, exigindo que o governo volte atrás na reforma da Previdência”.
Assista ao comentário da deputada: