Via HDP Europe

De acordo com os resultados preliminares da eleição presidencial, Erdoğan recebeu 52% dos votos no segundo turno para o cargo mais alto do país no domingo, enquanto seu adversário Kemal Kılıçdaroğlu, do CHP, ficou com pouco menos de 48%. De acordo com Akın, essa foi uma expressão clara da vontade do povo de mudar o sistema, apesar de toda a repressão.

“Testemunhamos uma eleição injusta, marcada por violações das regras democráticas básicas, que ocorreu sob as condições repressivas do regime de um homem só”, disse o co-porta-voz do Partido da Esquerda Verde, İbrahim Akın. Akın criticou as condições injustas no período que antecedeu a eleição e a manipulação do Estado. “Não havia uma mídia livre, nem um judiciário independente. Os recursos do Estado foram usados em favor do titular e um exército de trolls na rede, a serviço do aparato de propaganda do palácio, criando conteúdo profundamente falso e espalhando desinformação na forma de poluição de informações, deixou claro repetidamente que a eleição não foi justa.”

‘Nosso povo não recuou’

Akın disse: “Expressamos e defendemos que o principal objetivo dessas eleições era mudar o regime. Fizemos um esforço para abrir a porta para a democracia, oferecendo promessas realistas a uma sociedade que se depara com a escolha entre autoritarismo ou democracia. Com essa estratégia e nossa luta, demos um basta em Erdoğan no primeiro turno. No segundo turno, continuamos com a mesma estratégia com o objetivo de mudar o regime. Os resultados mostram que nossos eleitores apoiaram resolutamente as políticas e os objetivos do nosso partido e expressaram fortemente sua vontade nessa direção. A preferência de voto por Kemal Kılıçdaroğlu em 16 províncias regionais, onde vive a maioria dos curdos, foi tão alta quanto em 14 de maio. Apesar de toda a pressão e propaganda suja, nosso povo não deu um passo atrás.”

Akın agradeceu ao povo curdo e a todos os eleitores do Partido da Esquerda Verde por expressarem seu desejo de mudança e democracia de acordo com as políticas de seu partido e saudou sua postura e luta. Ao mesmo tempo, ele fez uma autocrítica. É necessário analisar e trabalhar as causas dos resultados das eleições e tirar as consequências, disse Akın. “Essa é uma exigência de nossa responsabilidade para com nosso povo e nossa tradição de luta. No calor da luta, devemos ter uma coisa em mente: Se a chamada Aliança do Povo persistir em sua estratégia de cercar e reprimir a sociedade, que vem praticando especialmente desde 2015, a hipercrise na Turquia, com suas dimensões econômicas, sociais e políticas, abrirá a porta para um grande colapso.”

Contra essas políticas e práticas, o Partido da Esquerda Verde e o HDP querem continuar a defender a sociedade e seus direitos com toda a sua força e lutar em todos os campos, explicou Akın. “Com todos os nossos deputados, defenderemos os princípios da democracia, paz, justiça, igualdade e liberdade sob a égide do parlamento e levaremos nossa resistência por uma república democrática para o próximo nível. Portanto, a principal tarefa dos atores políticos na Turquia é mudar o sistema atual, que está claramente bloqueado, polariza a sociedade e destrói as bases da democracia. Tendo em mente o 100º aniversário da República, é fundamental que trabalhemos juntos para criar uma constituição civil e democrática.”

Permitindo o crescimento de uma política democrática

A sociedade e a política não estão irremediavelmente à mercê da espiral descendente, mas têm a chance de intervir consciente e ativamente no processo de mudança, enfatizou Akın. O Partido da Esquerda Verde e o HDP estão prontos em qualquer caso, disse ele: “Estamos aqui. Continuaremos a luta democrática pela mudança, tanto no parlamento quanto em todas as outras áreas da vida, e faremos com que a política democrática cresça. Não vamos nos desviar desse caminho. Com a base da sociedade, lutaremos e venceremos juntos.”

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