Argentina: votar em Massa contra o neo-fascista Milei
Nota do Secretariado Nacional do MES sobre as eleições argentinas
A maioria do povo brasileiro ficou aliviada com o fato de que, no país de “nossos irmãos”, o “Bolsonaro argentino” não conseguiu ser eleito e, tampouco, chegou à frente no primeiro turno das eleições argentinas.
É relevante destacar que na maior parte da votação de Massa prevaleceu um voto democrático contra Milei, que defendeu a perversa ditadura genocida, além de um plano de liquidação do Estado e dos direitos sociais.
Portanto, não consideramos menor o resultado do primeito turno. No entanto, a candidatura da extrema-direita argentina ainda não está derrotada. Não é à toa que uma grande parte dos dirigentes de “Unidos pela Mudança” (direita liberal), terceiro colocado nas primarias, decidiu apoiar Milei no segundo turno.
De tal forma, a polarização eleitoral será entre Milei, representante na Argentina da direita neofascista que se estabeleceu em muitos países do mundo, e Massa, ministro da Economia e principal voz do governo peronista, que continuou a aplicar planos de ajuste e submeteu o país ao imperialismo.
Nesse quadro, deve-se levar em conta que a Argentina se arrasta em uma longa crise, que tem como uma de suas causas o pagamento da dívida externa expansiva, que sangrou o país, afogando a sua economia. Ao mesmo tempo, a maioria do povo e dos trabalhadores têm demonstrado um grande espírito de luta, sobretudo, nas grandes mobilizações ocorridas em 2001 do “argentinazo”, na defesa da punição e prisão de todos os militares da ditadura e, a partir desses poderosos exemplos, continuam lutando pelos seus direitos nas ruas.
Para defender legado de mobilização social e as liberdades democráticas, defendemos o voto contra Milei no segundo turno, isto é, votar em Massa, como um mal menor, sem que isso signifique que apoiemos a sua política, que será de mais austeridade e entrega do país.