Genocídio em Gaza: EUA vetam terceira tentativa de cessar-fogo
Proposta argelina teve apoio de 13 dos 15 países do Conselho de Segurança da ONU
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Aliado de Israel no genocídio em Gaza, os Estados Unidos vetaram pela terceira vez uma resolução no Conselho de Segurança da ONU para estabelecer um cessar-fogo imediato no conflito entre sionistas e o Hamas. A decisão foi tomada hoje, terça-feira (20), quando a Palestina contabiliza quase 30 mil mortos em ataques israelenses.
A proposta de armistício foi apresentada pela Argélia e obteve apoio de 13 dos 15 membros do Conselho. No entanto, os EUA, que têm poder de veto como membro permanente, bloquearam o texto.
Antes da votação, o embaixador argelino na ONU, Amar Bendjama, afirmou que apoiar a resolução significaria defender o direito dos palestinos à vida, enquanto votar contra seria endossar a violência e o castigo coletivo infligido a eles.
A embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, já havia declarado sua intenção de vetar a proposta devido aos reféns israelenses sob custódia do Hamas. Hoje, a diplomata afirmou que exigir um cessar-fogo sem um acordo para a libertação dos reféns não resultará em uma paz duradoura.
Os EUA estão preparando outra resolução pedindo um cessar-fogo em Gaza, condicionado à libertação dos reféns pelo Hamas. Essa resolução ainda não foi apresentada para votação.
A decisão do Conselho de Segurança da ONU frustra as expectativas do governo brasileiro. Celso Amorim, assessor especial do presidente Lula, havia sugerido que o Brasil estava liderando uma mudança na situação do Oriente Médio, mas a votação de hoje mostra que essa análise pode ter sido equivocada.
O governo brasileiro tentou sugerir que a declaração de Lula comparando as ações de Israel às políticas de Hitler durante a Segunda Guerra Mundial fosse estratégica e provocasse uma mudança de postura de outros países, incluindo os EUA. No entanto, essa estratégia parece não ter funcionado como esperado.
A comparação feita por Lula gerou críticas, principalmente nas redes sociais, e a oposição aproveitou para criticar o governo. Enquanto muitos países desenvolvidos condenam as ações de Israel em Gaza, eles também cobram uma postura mais ativa do Hamas, que mantém reféns israelenses em cativeiro.