Em ofensiva monstruosa, Israel mata mais de 200 em Gaza
Vítimas foram incineradas. Ataques começaram no mesmo dia em que Tribunal de Haia determinou fim dos ataques a Rafah
Foto: Irna/Fotos Públicas
O ímpeto genocida do governo de Israel promoveu o pavor em cidades palestinas ao longo do final de semana. Mais de 200 pessoas foram mortas desde sexta-feira, em 60 ataques contra um campo de refugiados no sul de Rafah, além das cidades de Jabalia, Nuseirat e Gaza City. O número total de vítimas ainda está sendo contabilizado.
O Crescente Vermelho Palestino informou haver “um grande número” de pessoas mortas e feridas: “Elas morreram queimadas”. A organização acrescentou que ainda há vítimas presas em tendas queimadas na área humanitária de Rafah.
Conforme comunicado da Agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA) emitido nesta segunda-feira (27), as cenas relatadas a partir de Rafah são “horríveis”.
“Gaza é o inferno na terra. As imagens de ontem pela noite são mais uma prova disso”, diz a nota.
A revelia de Haia
A ofensiva israelense começou justamente no dia em que a Corte Internacional de Justiça, em Haia, determinou que Israel parasse imediatamente os ataques contra Rafah. A justificativa para os ataques, segundo o governo Netanyahu, foi o disparo de mísseis por parte do Hamas contra Tel Aviv, também no fim de semana.
Os atos foram repudiados por governos europeus, agências humanitárias e relatores da ONU. A Autoridade Palestina qualificou o “massacre hediondo” e denunciou o desrespeito de Israel à Haia. O governo da Noruega – que vai reconhecer o estado palestino nesta terça-feira -, o ataque é uma “violação ao direito internacional”, já que a ordem do Tribunal de Haia é compulsória.
O Ministério das Relações Exteriores da Irlanda chamou o ataque de “bárbaro”, e até o presidente da França, Emmanuel Macron, que inicialmente apoiou Israel no conflito contra o Hamas, condenou os ataques do fim de semana.
Cresce na ONU um movimento para determinar sanções contra Israel. É o mínimo, uma vez que notas de repúdio de países europeus demonstram solidariedade, mas não protegem os milhares de refugiados civis completamente vulneráveis à sanha de Israel..