Lira anda irritado com Sâmia Bomfim
Presidente da Câmara se incomodou com imagem usada na campanha “Arquiva Lira”
Foto: Joedson Alves/Agência Brasil
A liderança da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) contra o Projeto de Lei (PL) 1904/2024 – que quer equiparar o aborto ao homicídio e criminalizar as vítimas de estupro com o dobro da pena prevista aos violadores – está tirando o sono do presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL).
Conforme o colunista Lauro Jardim, de O Globo, na reunião de líderes em sua residência oficial na última segunda-feira, o alagoano reclamou da maneira como a deputada vem abordando o assunto.
Lira ficou especialmente irritado com um abaixo-assinado para barrar o chamado “PL do Estuprador” ou “PL da Gravidez Infantil’, cuja campanha usa uma imagem sua com a frase “Arquiva Lira” tapando sua boca. O choro é livre.
Apoio popular
A petição “Arquiva, Lira!” já ultrapassou a marca de 200 mil assinaturas, acolhido por coletivos de mulheres e por grande parte da opinião pública. Pesquisa Datafolha divulgada na última quinta-feira (20) mostra que 66% dos entrevistados são contra o Projeto de Lei sobre o aborto. Além disso, a imprensa tem reconhecido a atuação de Sâmia no debate, atribuindo à parlamentar papel decisivo na mobilização social que fez Centrão e parte da bancada fundamentalista recuarem na intenção de aprovar o PL em regime de urgência.
“Se esse movimento colocou a esquerda novamente nas ruas, e eu acredito nisso, deve também nos ensinar que a gente não pode sair delas. […] E se o ataque voltar de forma fervorosa no fim do ano, a gente já aprendeu qual é o caminho para ter força de barrá-lo outra vez”, comentou Sâmia.
O requerimento de devolução do PL do Estuprador foi protocolado por Sâmia, na segunda-feira passada, em conjunto com Fernanda Melchionna (PSOL-RS) e, posteriormente, subscrito por outros colegas de bancada: Luiza Erundina (SP), Glauber Braga (RJ), Erika Hilton (SP), Célia Xakriabá (MG), Pastor Henrique Vieira (RJ), Chico Alencar (RJ), Tarcísio Motta (RJ) e Talíria Petrone (RJ). Dois dias depois, a solicitação foi aprovada pela Comissão de Legislação Participativa (CLP). Ela tramita ainda na Comissão da Mulher (CMulher) e de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial (CDHMIR).