Israel mantém 11 brasileiros presos sem acusação formal
Itamaraty confirma a prisão de cidadãos brasileiros na Palestina, enquanto relatos de tortura e mortes sob custódia israelense se acumulam
Foto: Reprodução
Israel mantém 11 cidadãos brasileiros detidos em prisões, sem acusação formal na maioria dos casos. A informação foi confirmada pelo Itamaraty em nota oficial, na qual também se pronunciou sobre a morte do jovem brasileiro-palestino Walid Khaled Abdullah Ahmed, de 17 anos.
Ahmed foi sequestrado e posteriormente assassinado enquanto estava detido no campo de Megiddo, conhecido por práticas sistemáticas de tortura. Sua transferência da Cisjordânia Ocupada para uma prisão israelense é considerada um crime de guerra segundo o Direito Internacional.
De acordo com a organização Clube dos Prisioneiros Palestinos, Ahmed, morador de Silwad, a leste de Ramallah, foi preso em 30 de setembro de 2024 e faleceu sob custódia israelense. As circunstâncias exatas de sua morte ainda não foram esclarecidas.
A prisão de Megiddo tem histórico de abusos contra detentos palestinos. Segundo investigações do jornal Haaretz, prisioneiros são submetidos a choques elétricos, ataques de cães, espancamentos e nudez forçada, além de sofrerem privação de comida e de itens básicos como cobertores. Há relatos de que algumas agressões foram filmadas e compartilhadas entre os guardas. Um relatório de 2024 da Comissão de Assuntos de Detentos e Ex-Detentos também denunciou tortura sistemática na prisão, incluindo violência sexual e negligência médica.
Desde 7 de outubro de 2023, ao menos 63 prisioneiros palestinos morreram sob custódia israelense, segundo o Clube dos Prisioneiros. Desses, 40 eram da Faixa de Gaza. O número de corpos de prisioneiros palestinos ainda retidos por Israel subiu para 72, incluindo 61 mortos desde outubro. Esse período é considerado o mais letal para detentos palestinos desde 1967.