Abaixo-assinado: Felix quer CPI para investigar negócio entre BRB e Banco Master
Compra bilionária barrada pelo Banco Central, fraudes em consignados e prisão do dono do Master reforçam urgência de apuração para proteger o patrimônio público do DF
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
O Distrito Federal vive um dos mais graves escândalos de corrupção e fraude financeira de sua história recente, e a iniciativa do deputado distrital Fábio Felix (PSOL) para abrir uma CPI se consolida como passo essencial para proteger o BRB e o patrimônio público da população do DF. Clique aqui para subscrever o abaixo assinado:
A tentativa de compra do Banco Master pelo BRB – tratada inicialmente como uma mera operação de mercado – revelou-se um emaranhado de pressões políticas, alertas ignorados, ativos duvidosos e, agora, ligações diretas com uma investigação federal por fraudes bilionárias.
O negócio foi impulsionado pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) e por figuras do centrão próximas ao proprietário do Master, Daniel Vorcaro, personagem que, meses depois, seria preso pela Polícia Federal na Operação “Compliance Zero”, que desmontou um esquema de fraudes com crédito consignado. Segundo a PF, o banco operava produtos contaminados por práticas irregulares e operações suspeitas de lavagem de dinheiro – justamente as mesmas carteiras de consignado que a direção do BRB, mesmo após veto do Banco Central, tentou adquirir.
Banco Central barrou a compra. Governo insistiu
Desde o início, a operação levantou preocupações técnicas e políticas. Fontes regulatórias e análises financeiras sempre consideraram arriscada a incorporação do Master, cujo histórico incluía operações agressivas no mercado de consignados e uma carteira considerada altamente vulnerável.
O Banco Central, responsável por zelar pela estabilidade do sistema financeiro nacional, vetou a compra direta pelo BRB. Ainda assim, Ibaneis entrou em campo, pressionando a Câmara Legislativa para aprovar a Lei Distrital nº 7.739/2025, feita sob medida e aprovada em regime de urgência por deputados aliados. A lei abriu caminho para uma operação bilionária que colocaria o principal banco público do DF sob controle de interesses privados e de um grupo financeiro já alvo de suspeitas.
Com a compra vetada, governo e BRB passaram a tentar “planos B”, mirando as carteiras de consignado do Master – exatamente o produto que hoje está no centro das fraudes investigadas pela Polícia Federal.
A conexão não é acidental: a PF aponta que as irregularidades do Master não eram pontuais, mas estruturais, compondo um modelo de negócio lastreado em operações de alto risco, práticas temerárias e inconsistências regulatórias.
Dono do Master preso e presidente do BRB, afastado
A Operação Compliance Zero, deflagrada pela PF e acompanhada pelo Ministério Público Federal, revelou indícios de fraude bilionária em operações de crédito consignado;, possível lavagem de dinheiro, manipulação de contratos e créditos sem lastro. e participação direta de executivos do Banco Master.
Com isso, Daniel Vorcaro, proprietário do Master, foi preso. Na mesma operação, o presidente do BRB foi afastado por ordem da Justiça Federal, já que indícios conectavam a tentativa de aquisição e as negociações paralelas do BRB à estrutura investigada.
A cada nova revelação, fica mais clara a movimentação de um eixo político-financeiro envolvendo o Palácio do Buriti, setores do centrão nacional e o controle de ativos financeiros do Distrito Federal.
Por que o negócio virou alvo de CPI?
A iniciativa de Fábio Felix se sustenta em razões muito sólidas:
- Pressão política incomum de Ibaneis para aprovar uma operação vetada pelo Banco Central.
- Lei aprovada sob medida, atropelando o debate público e ignorando alertas técnicos.
- Tentativa de compra de carteiras contaminadas, justamente o foco da investigação federal.
- Prisão do dono do Master e afastamento judicial do presidente do BRB.
- Risco real ao BRB, patrimônio público estratégico do DF.
- Indícios de captura política da gestão do banco público.
Fábio Felix resume o espírito da iniciativa: a sociedade tem o direito de saber por que o governador insistiu tanto num negócio agora ligado a fraudes federais e por que o BRB foi exposto a riscos que nenhuma gestão pública responsável poderia aceitar.
CPI para proteger o BRB (e o patrimônio do povo)
A abertura da CPI não é apenas uma resposta política, mas uma necessidade institucional. O caso envolve possível direcionamento de política pública para beneficiar interesses privados, uso da máquina estatal para legitimar operações financeiras temerárias e ameaça ao principal banco público do DF, responsável por políticas sociais, crédito a servidores e investimentos estratégicos.
O BRB é patrimônio do povo do Distrito Federal – não de governadores, grupos financeiros ou operadores do centrão. A CPI proposta por Fábio Feliz é, neste momento, a instância mais importante para restaurar transparência, responsabilizar envolvidos e impedir que o banco se torne refém de interesses privados.
Se o caso não for investigado com profundidade, corre-se o risco de que o DF repita tragédias já vistas em outros estados: bancos públicos desmontados, operações fraudulentas varridas para debaixo do tapete e prejuízos bilionários pagos pela sociedade.
A mobilização agora depende também da população. Como diz a campanha: CPI do Banco Master e BRB já – para defender o BRB, a transparência e o patrimônio público do Distrito Federal.
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