Um ano sem Marielle e Anderson. Quem mandou matá-los?

Não daremos um passo atrás na luta por justiça para Marielle e Anderson, exigindo até o fim o total esclarecimento do caso e a punição para os assassinos e os mandantes do crime.

Executiva Nacional do MES/PSOL 14 mar 2019, 09:12

O marco de um ano do assassinato da vereadora do PSOL Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes acontece logo após dois momentos importantes. O Carnaval foi marcado pela lembrança do crime político no desfile vitorioso da Mangueira, com dezenas de blocos por todo país levantando Marielle como símbolo de resistência, e a prisão nesta semana de dois ex-policiais acusados pela execução confirmando as fortes suspeitas da ligação entre as milícias e o assassinato da vereadora.

Os diversos problemas dos primeiros meses de governo deram o tom das críticas ao amplo movimento de resistência à Bolsonaro que marcou o Carnaval, se estendeu pelas grandes manifestações das mulheres no 8 de março e agora se fazem em memória à Marielle e Anderson. A enorme proximidade ideológica e prática da família Bolsonaro com as milícias cariocas torna-se cada vez mais evidente e suas comprovadas relações com reconhecidos milicianos evidenciam a proximidade destes grupos criminosos com setores políticos de extrema-direita, exigindo uma profunda investigação sobre os reais vínculos destas máfias no cenário político.

As prisões por corrupção de políticos da cúpula do MDB fluminense, incluindo ex-governadores e assessores próximos, demonstram a natureza do sistema de poder que gerou o ambiente propício para o desenvolvimento das milícias. As inúmeras modalidades de desvio de dinheiro público revelados em diversos esquemas de corrupção do Rio nos últimos anos comprovaram as relações espúrias entre governos corruptos e grupos criminosos armados. Essas relações vêm de longe e tornam-se ainda mais graves neste momento em que a presidência do país e o governo do estado do Rio são ocupados por Bolsonaro e Witzel, defensores declarados tanto dos grandes interesses empresariais como dos crimes da ditadura militar e dos métodos de violência policial.

Por outro lado, a força da luta por Marielle e a ampla pressão pela resolução total do caso impediram o abafamento do crime e nos mostraram possibilidades de resistência democrática apesar da situação adversa. Ainda que Bolsonaro mantenha firme o curso de seu projeto antidemocrático, não consegue apagar suas relações íntimas com milicianos nem a mobilização por justiça que toma conta do Brasil e se espalha pelo mundo.

O PSOL sempre esteve na linha de frente contra os paramilitares que afetam o cotidiano do Rio de Janeiro através do controle territorial baseado na extorsão e violência, e nosso deputado federal Marcelo Freixo representa nacionalmente a luta contra a ocupação da política por setores criminosos ligados aos serviços de segurança. O “Escritório do Crime”, grupo criminoso indicado pelas investigações como executante de Marielle e Anderson, é um destes grupos que se articula nas áreas controladas por esta máfia mantendo ligações estreitas com partidos políticos da direita.

A retórica de extrema-direita que se consolidou nas últimas eleições enfrenta suas primeiras contradições perante a sociedade, tornando a completa elucidação do crime ocorrido há um ano atrás uma garantia fundamental para a segurança de todos os ativistas e militantes que lutam por mudanças sociais, muitas vezes enfrentando grandes injustiças e poderosos interesses. A luta de Marielle foi a luta das mulheres negras das favelas, foi a luta das trabalhadoras e trabalhadores contra a brutal exploração de seu suor, foi a luta dos moradores das periferias contra as formas de violência do estado, e por isso torna-se hoje um exemplo tão forte.

O símbolo de Marielle se levanta contra a família Bolsonaro e tudo aquilo que representam, e para garantir que se faça justiça é preciso continuar nas ruas, nos mobilizando em defesa das liberdades democráticas, contra a repressão política e em prol das diversas mobilizações por direitos que se enfrentarão contra esse governo. Não daremos um passo atrás na luta por justiça para Marielle e Anderson, exigindo até o fim o total esclarecimento do caso e a punição para os assassinos e os mandantes do crime. A luta por justiça será a maior homenagem que faremos aos nossos mortos.


TV Movimento

A história das Internacionais Socialistas e o ingresso do MES na IV Internacional

Confira o debate realizado pelo Movimento Esquerda Socialista (MES/PSOL) em Porto Alegre no dia 12 de abril de 2025, com a presença de Luciana Genro, Fernanda Melchionna e Roberto Robaina

Calor e Petróleo – Debate com Monica Seixas, Luiz Marques + convidadas

Debate sobre a emergência climática com a deputada estadual Monica Seixas ao lado do professor Luiz Marques e convidadas como Sâmia Bonfim, Luana Alves, Vivi Reis, Professor Josemar, Mariana Conti e Camila Valadão

Encruzilhadas da Esquerda: Lançamento da nova Revista Movimento em SP

Ao vivo do lançamento da nova Revista Movimento "Encruzilhadas da Esquerda: desafios e perspectivas" com Douglas Barros, professor e psicanalista, Pedro Serrano, sociólogo e da Executiva Nacional do MES-PSOL, e Camila Souza, socióloga e Editora da Revista Movimento
Editorial
Israel Dutra | 26 maio 2025

Ainda é tempo de evitar a barbárie completa

Perante o genocídio do povo palestino, o Brasil precisa romper relações com o Estado de Israel
Ainda é tempo de evitar a barbárie completa
Edição Mensal
Capa da última edição da Revista Movimento
Sem internacionalismo, não há revolução!
Conheça a nova edição da Revista Movimento! Assine a Revista!
Ler mais

Podcast Em Movimento

Colunistas

Ver todos

Parlamentares do Movimento Esquerda Socialista (PSOL)

Ver todos

Podcast Em Movimento

Capa da última edição da Revista Movimento
Conheça a nova edição da Revista Movimento! Assine a Revista!

Autores

Camila Souza