Fora o genocida Netanyahu da Argentina!

Publicamos a posição do Movimiento Socialista de los Trabajadores (MST) da Argentina sobre a inédita visita de um chefe de governo israelense à América Latina.

Gustavo Giménez 16 set 2017, 18:28

Benjamin Netanyahu se encontra no país e já foi recebido pelo presidente Macri. Sua visita é parte de um giro que incluirá Colômbia e México, no qual o acompanham 30 empresários. Os socialistas do MST em Izquierda al Frente expressamos nosso total repúdio à visita deste nefasto personagem e exigimos sua imediata saída de nosso país.

Nosso presidente tem então a “honra” de receber pela primeira vez, após 78 anos de fundado o estado genocida de Israel através da usurpação do território palestino, a autoridade máxima desse enclave imperialista.

O novo visitante ilustre e amigo do macrismo participou da Guerra dos Seis Dias em 1967, na qual Israel anexou e conserva Gaza, Cisjordânia e as colinas de Golã. Também foi combatente da guerra do Yom Kippur de 73, na qual se consolidaram estas anexações e, como representante da extrema direita do partido Likud, exerceu quatro mandatos, durante os quais, entre as diversas agressões aos povos da região, se destacam seus bombardeios à população palestina de Gaza na operação “Margem Protetora” de 2014. Operação na qual assassinou mais de 2.000 palestinos, em sua maioria civis indefesos, e cujas imagens mostrando corpos de crianças destroçados pelo ataque israelense ainda estão gravadas em nossas retinas.

Israel é um enclave imperialista, um estado artificial criado pelo imperialismo com base no massacre do povo palestino, que é utilizado como estado obstáculo contra as lutas dos povos árabes e do Oriente Médio. Seu desenvolvimento e força estão assentados em um multimilionário apoio do imperialismo ianque à sua indústria e desenvolvimento militar, que lhe permitiu desenvolver um importante exército profissional e um perigoso arsenal nuclear.

Tem o apoio incondicional de Trump, que o visitou em seu primeiro giro presidencial e ameaçou instalar a embaixada ianque em Jerusalém, tradicional cidade capital do povo palestino. Israel é para os EUA um aríete fundamental contra o “eixo do mal” iraniano e as lutas dos povos árabes, e também para as práticas de espionagem que situam o Mossad (o serviço secreto israelense) como um dos principais apoios na fundação do ISIS, junto com a Arábia Saudita e outros estados da região.

Para o interior de Israel, sua consolidação como estado se realizou por meio de uma verdadeira política de extermínio do povo palestino, que tem 5 milhões de expulsos em países limítrofes e que vive uma permanente opressão contra seus direitos mais elementares. Extermínio que tem milhares de palestinos presos, converteu a Faixa de Gaza em uma cárcere a céu aberto e a Cisjordânia em um território ocupado por dezenas de milhares de ocupantes sionistas “ilegais”, protegidos pelas forças de segurança israelitas. Um Estado no qual as práticas de tortura são legais e um imenso muro (o qual Trump copiou), cerca os territórios onde vivem os palestinos.

Como era de se esperar, todos os “comunicadores” do governo macrista pintaram o justo rechaço a esse exemplo “democrático” que é Netanyahu e o estado sionista como algo marginal, de pequena escala e de caráter anti-judeu. Nada mais falso. O repúdio do rol fascista do estado sionista abarca não só muitos argentinos que têm repudiado seus massacres ao povo palestino, senão muitos povos do mundo que são parte de um boicote ativo ao estado genocida, cujas práticas inclusive foram condenadas em reiteradas oportunidades pela própria ONU. Um repúdio que chega a muitos intelectuais de origem judia que denunciam a semelhança das práticas que empregam os sionistas com as que, em seu momento, utilizaram os nazis contra o povo judeu na Segunda Guerra.

Assim, enquanto no mundo se repudia o estado que soube respaldar o regime do apartheid na África do Sul (prática que reproduz contra os palestinos em seu país), ou que abasteceu de armas as ditaduras sul-americanas na década de 70, Macri o reconhece como paladino dos direitos humanos e aspira realizar grandes negócios com ele, em particular no armamento destinado à chamada segurança (leia-se repressão).

Lamentavelmente, o governo anterior kirchnerista, que alguns meios querem pintar como hostil a Israel por sua reviravolta dos últimos anos acompanhando o giro de Obama e que concretizou o memorando (nunca executado) com o Irã, soube ter também bons negócios com o estado sionista. O presidente Shimon Peres foi recebido em sua visita ao país pelo governo de Cristina e durante seu governo nosso país assinou, junto com o Brasil, o tratado de livre comércio Mercosul-Israel.

A visita que Netanyahu continuará na Colômbia, país com o qual tem extraordinárias relações comerciais e políticas após haver abastecido os governos repressores dos últimos anos, responsáveis por milhares de desaparecimentos e assassinatos, de um copioso armamento.

Sua visita ao México, que é o segundo país depois dos EUA em investimentos, se realiza após Netahyahu respaldar a decisão de Trump de construir na fronteira um muro similar ao que Israel construiu contra os palestinos. E que obrigará o próprio governo de Peña Nieto, que o receberá proximamente, a enfrentá-lo em seu momento.

O governo de Macri lhe pediu também apoio para que nosso país ingresse na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), um dos organismos mais importantes das multinacionais e do imperialismo.

Sobram razões para que repudiemos e nos mobilizemos para que se vá o agente do imperialismo, o genocida Benjamin Netanyahu, da Argentina.

(Artigo originalmente publicado no site do MST da Argentina.)


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