Eleição Sindical no Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo/RS

O processo eleitoral caracterizou-se como antidemocrático, como agem todas as burocracias para se manterem nos aparados sindicais.

Etevaldo Souza Teixeira 22 jan 2018, 13:56

O MOVER/Plataforma Sindical Anticapitalista participou ativamente nas eleições do Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo. O balanço e as conclusões deste processo servirão para preparar os próximos passos. Neste sentindo apresentamos para o debate uma contribuição. Aqui expressamos como vimos e sentimos a necessidade de continuar a luta por democracia e em defesa dos direitos, contra a Reforma Trabalhista e Reforma da Previdência.

Parte da categoria quer mudança

Nos dias 17 e 18 de janeiro realizaram-se as eleições dos Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo. A Chapa 2-Chão de Fábrica com apoio da CSP-CONLUTAS consegue 686 votos, enquanto a Chapa da Marreta da CUT vence com 1.656 votos. Aproximadamente, 35% não votaram, de um total de 3.569 aptos. Portanto a chapa vencedora consegue o apoio de apenas 30% da categoria. O processo eleitoral caracterizou-se como antidemocrático, como agem todas as burocracias para se manterem nos aparados sindicais.

Processo antidemocrático – uma vergonha

As eleições ocorreram no período de férias, inclusive algumas empresas não haviam retornado ao seu funcionamento. O esvaziamento dos locais de trabalho tinha como objetivo diminuir a participação da categoria, numa clara manipulação de quem pretendia se manter na direção do Sindicato.

O controle ocorreu pela Comissão Eleitoral, em que a liberação das listas dos sócios foi entregue 5 dias antes da eleição, incluindo sábado e domingo em ordem alfabética, sem matrícula e localização das fábricas. As listas das empresas sem o endereço chegaram nas mãos da Chapa 2 – Chão de Fábrica um dia antes das eleições.
A burocracia da CUT mancha a história de um Sindicato com tamanhas arbitrariedades e impedindo que a categoria expressasse a sua vontade.

Oposição existiu – apesar das ameaças

A oposição conseguiu inscrever a Chapa com 27 ativistas de diferentes fábricas, mesmo com a pressão e ameaças da direção do Sindicato. O objetivo era canalizar o descontentamento da categoria. A Chapa 2 Chão de Fábrica estabelece um programa: 1) classista e de luta – não as demissões, contra retirada de direitos (insalubridade, adicionais), fim das terceirizações, recuperação das perdas salariais, aumento real de salários, conta o assédio moral e participação nos lucros e resultados – PLR justo e igualitário; 2) democrático – ampliar a participação dos trabalhadores, respeito as decisões da base; 3) transparente – prestações de contas do que se arrecada e em que se investe.

Votação digna – sinal para continuar

Os votos conquistados pela Chapa 2 – Chão Fábrica representaram que uma parcela importante da categoria quer a MUDANÇA. Apesar do período das eleições, apesar do processo antidemocrático, apesar da força dos aparatos, a categoria deu sinal positivo. Os metalúrgicos de São Leopoldo buscam uma referência. A organização desta referência está nas mãos dos corajosos ativistas da Oposição, encabeçada pelo Rogério Naubert e impulsionada pelo Zilmar e todos aqueles que somaram durante as eleições. A construção deste trabalho deve ocorrer em duas vertentes, isto é, a primeira de exigência do cumprimento do papel do Sindicato enfrentando o governo contra a Reforma da Previdência e a patronal impedindo a aplicação da Reforma Trabalhista e, a segunda incentivar a mobilização em defesa do emprego, contra as demissões, exigindo democracia, respeito as decisões da base, contra os conchavos com os patrões, e organizando os locais de trabalho.

Coordenação MOVER/RS

21/01/18


TV Movimento

Balanço e perspectivas da esquerda após as eleições de 2024

A Fundação Lauro Campos e Marielle Franco debate o balanço e as perspectivas da esquerda após as eleições municipais, com a presidente da FLCMF, Luciana Genro, o professor de Filosofia da USP, Vladimir Safatle, e o professor de Relações Internacionais da UFABC, Gilberto Maringoni

O Impasse Venezuelano

Debate realizado pela Revista Movimento sobre a situação política atual da Venezuela e os desafios enfrentados para a esquerda socialista, com o Luís Bonilla-Molina, militante da IV Internacional, e Pedro Eusse, dirigente do Partido Comunista da Venezuela

Emergência Climática e as lições do Rio Grande do Sul

Assista à nova aula do canal "Crítica Marxista", uma iniciativa de formação política da Fundação Lauro Campos e Marielle Franco, do PSOL, em parceria com a Revista Movimento, com Michael Löwy, sociólogo e um dos formuladores do conceito de "ecossocialismo", e Roberto Robaina, vereador de Porto Alegre e fundador do PSOL.
Editorial
Israel Dutra | 21 dez 2024

Braga Netto na prisão. Está chegando a hora de Bolsonaro

A luta pela prisão de Bolsonaro está na ordem do dia em um movimento que pode se ampliar
Braga Netto na prisão. Está chegando a hora de Bolsonaro
Edição Mensal
Capa da última edição da Revista Movimento
Revista Movimento nº 54
Nova edição da Revista Movimento debate as Vértices da Política Internacional
Ler mais

Podcast Em Movimento

Colunistas

Ver todos

Parlamentares do Movimento Esquerda Socialista (PSOL)

Ver todos

Podcast Em Movimento

Capa da última edição da Revista Movimento
Nova edição da Revista Movimento debate as Vértices da Política Internacional

Autores

Pedro Micussi