Não à proposta da Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
Sâmia Bomfim defende um amplo debate sobre a BNCC a fim de garantir escola pública e de qualidade para todos.
O desgoverno do Temer diz que promoveu, no dia 2 de agosto, um “debate” sobre a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), cuja premissa é estabelecer conteúdos mínimos dos ensinos infantil, fundamental e médio para todas as unidades escolares do Brasil.
Antes de qualquer reflexão, eu pergunto: como é possível debater com 509 mil professores as diretrizes de um documento de 500 páginas em um único dia?
Agora vamos à proposta! Feita de forma apressada e vertical, ela é claramente uma carta de intenções para o mercado. Primeiro, porque na reforma do ensino médio (Lei 13415/2017), Temer determinou que a BNCC fosse reduzida de 80% para 60%. E que 40% do ensino regular pudessem ser feitos à distância, esvaziando o ambiente escolar. Está previsto, também, que 100% do EJA (Ensino de Jovens e Adultos) possa ser feito por EAD.
Sabemos que são megaempresas de educação as responsáveis pela tarefa do ensino à distância. Aí já viu, demissão de professores, condições inapropriadas de trabalho e piora na qualidade da educação, até porque há escolas particulas mais estruturadas e outras com quase nenhuma estutrutura.
E tem mais: só há obrigatoriedade dos ensino de português e matemática e não há nenhuma especificação clara sobre quais conteúdos podem ser oferecidos no tais intinerários formativos. Está tudo obscuro!
Precisamos dizer não a essa farsa! Queremos uma amplo debate sobre o tema a fim de garantir escola pública e de qualidade para todos. Afinal, educação não é mercadoria.