Justiça para Marielle e Anderson! Pela imediata prisão dos envolvidos no plano para executar Marcelo Freixo!
O poder das milícias e do crime organizado é um dos elementos mais agudos da situação nacional.
Quando se completam 9 meses do assassinato de Marielle e Anderson, novas notícias chamaram a atenção para o caso ainda não esclarecido. A Delegacia de Homicídios realizou uma operação em cidades do Rio de Janeiro e de Minas Gerais em busca dos chefes da quadrilha especializada em clonagem de veículos, que poderia levar aos executores e mandantes do assassinato de Marielle e Anderson. A polícia realizou também busca e apreensão na casa do vereador Marcelo Siciliano (PHS).
Mais grave ainda foi o que veio na tarde de ontem: o jornal O Globo revelou a descoberta, pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, de um novo plano de assassinato do deputado Marcelo Freixo, elaborado por chefes de milícias que atuam na Zona Oeste do Rio. Freixo, que denunciou as milícias na CPI da ALERJ em 2008 e levou ao indiciamento 225 parlamentares, agentes públicos e milicianos, desde então sofre ameaças a sua vida e necessita de escolta permanente. O crime estaria planejado para ser executado no sábado, dia 15, durante uma agenda que o deputado teria na região de Campo Grande.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Richard Nunes, secretáro de segurança do Rio, revelou que o a morte de Marielle era motivada pelo controle territorial dos milicianos para grilagem de terras na Zona Oeste.
Após meses de exigência de toda a sociedade por justiça, as investigações seguem sob uma névoa de desconfiança após o miliciano Orlando da Curicica, então um suspeito do crime, ter procurado o Ministério Público Federal para denunciar uma suposta rede de acobertamento de crimes no interior dos órgãos de segurança do Rio. A denúncia, que levou à abertura de investigações pela Polícia Federal, apenas escancara um terrível aspecto da crise brasileira, que tem no Rio de Janeiro seu ponto mais sensível: a simbiose entre crime organizado, milícias, tráfico de drogas e armas, partidos políticos, parlamentares e funcionários públicos.
A falência das instituições públicas do Rio, o grande poder do crime organizado que controla áreas da capital e de municípios do estado, e a contaminação das forças de segurança por agentes criminosos revelam o perigo mais grave da situação política, como temos advertido, ao mesmo tempo em que, como reação, ganham espaço discursos fascistizantes, nos governos e nas polícias, amplificados pelas posições defendidas por Bolsonaro e pelas forças de extrema-direita que o apoiam.
Por uma forte e ampla campanha em defesa da vida de Marcelo Freixo, justiça para Marielle e Anderson e pelo desmantelamento da mílicias
O poder das milícias e do crime organizado, com suas ramificações em partidos políticos e instituições do Estado, é um dos elementos mais agudos da situação nacional e merece uma resposta imediata das forças progressistas e democráticas do país. As investigações do assassinato de Marielle Franco e de Anderson Gomes devem ser encerradas com celeridade, revelando e punindo os executores e mandantes do crime. Basta de impunidade! Sem a conclusão destas investigações e punição dos responsáveis, as milícias e poderes enfrentados por Marielle Franco e Marcelo Freixo sentem-se fortalecidos para seguir submetendo populações a sua opressão e domínio, mantendo sua rotina de execuções e ameaças, como a que agora se revela contra a vida de Marcelo Freixo.
O conjunto da sociedade deve reagir para que todos os milicianos sejam imediatamente presos, revelando os vínculos com agentes políticos e parlamentares que estão por trás desses crimes. Se a polícia domina todas as informações, por que os criminosos ainda estão soltos, como revela o caso do plano de execução de Freixo?
É preciso parar a mão do crime organizado e sua infiltração nas forças de segurança e no aparato de Estado. As forças democráticas e progressistas devem manifestar-se amplamente em defesa da vida de Marcelo Freixo e por justiça para Marielle e Anderson! É necessário exigir o desmonte das milícias e do crime organizado que oprimem milhares de trabalhadoras e trabalhadores em suas comunidades no Rio e no Brasil.
Trata-se de uma luta democrática fundamental para a qual o PSOL e suas lideranças, como Marcelo Freixo, têm-se dedicado permanentemente.