Migrantes cercados por gás lacrimogénio e ordens de expulsão
Vindos de diversas partes do continente latino-americano, trabalhadores são recebidos com violência nos EUA.
A caravana de migrantes percorreu 4 mil quilómetros. Chegou a Tijuana no início do mês. Dizem fugir à perseguição, pobreza e violência nas Honduras, Guatemala e El Salvador. Este domingo um grupo tentou entrar nos EUA. Foram recebidos por gás lacrimogénio do lado dos Estados Unidos. Do lado mexicano, todos os que tenham participado na manifestação enfrentam agora ordem de expulsão, acusados de violência.
Entre o gás lacrimogéneo e a ameaça de expulsão, fica apenas uma longa espera pela quimera do asilo no país presidido por Trump, o presidente que jurou mantê-los afastados. Os campos temporários onde estão, dizem, estão a abarrotar.
“Não somos criminosos, somos trabalhadores!”
Will Grant, da BBC, narra como se formou a marcha pacífica e como cantavam: “Não somos criminosos, somos trabalhadores!” Conta também como, passado o córdão de segurança, se precipitaram para a fronteira e foram recebidos por gás lacrimogéneo. Relata na primeira pessoa a voz da sua esperança: “talvez Donald Trump nos possa dar uma oportunidade. Viemos aqui para trabalhar não para criar problemas ou cometer crimes”, diz um dos migrantes.
Há outras vozes que são já de desespero. À Reuteurs uma hondurenha confessava-se desesperada: “a minha menina está doente e eu nem sequer tenho dinheiro para leite.”
Trabalhadores, famílias com crianças pelo colo. milhares de pessoas estão acumuladas junto à fronteira. O site Pueblo sin Fronteras diz que é um movimento espontâneo: “quem organizou esta caravana foi a fome e a morte.” As autoridades mexicanas alegam não ter condições para lidar com a situação. E Trump responde-lhes com a ameaça de uso de “força letal”.
Artigo originalmente publicado em 26 de novembro no Esquerda.net.