Sobre o debate em relação à localização do COAF
Não devemos alimentar nenhuma ilusão em nenhum dos lados desse regime apodrecido.
Consideramos que, estando no Ministério da Fazenda ou da Justiça, o órgão poderá ser utilizado com a finalidade de investigação de movimentações financeiras suspeitas, caso isso seja do interesse do governo Bolsonaro. Não nos parece ser o caso, tendo em vista a forma pela qual o governo trata o escandaloso caso de Flávio Bolsonaro e Queiroz. O Ministro Moro não encontrará nenhuma dificuldade em obter dados sobre movimentações suspeitas com o ministro Guedes. Tratava-se, então, de uma falsa polêmica: o COAF seguirá sendo um órgão governamental.
Votar com quem queria diminuir o COAF para esconder suas ligações com a corrupção, o que moveu parte dos parlamentares que votaram em sua ida para a economia, como Aécio Neves, e outros investigados era muito ruim e não é uma causa da esquerda. Votar com o governo também não seria correto, já que investigar corrupção não é do interesse deste governo. Moro tampouco está fazendo isso, como está claro com sua aceitação em ser ministro de um presidente ligado às corruptas milícias. Por isso, o voto das companheiras Sâmia, Fernanda e David foi a abstenção. Não devemos alimentar nenhuma ilusão em nenhum dos lados desse regime apodrecido.
O que de mais grave ocorre no nosso país hoje são os cortes na educação e as desastrosas declarações do presidente da república, que mais uma vez apresentam traços autoritários e verborragia de caráter golpista. Apostamos que o centro da política neste momento está na mobilização dos estudantes e professores contra os cortes na educação e apostamos no dia 30 para começar a derrotar as medidas antidemocráticas e pró-burguesas deste governo.