(Re)volta às aulas: o tsunami vai prosseguir!

Diante dos ataques de Bolsonaro e Weintraub, a luta da educação deve continuar.

Fabiana Amorim 17 ago 2019, 16:08

As universidades públicas foram palco de enfrentamento direto contra o governo Bolsonaro nesse primeiro semestre. A luta contra os cortes extrapolou o movimento estudantil e docente organizado e movimentou a sociedade a defender a existência das universidades e escolas federais. O saldo foi a construção de grandes marchas por todo Brasil, restando ao Ministro o recuo momentâneo e o ridículo papel do deboche. Após o 15, o 30 e de nossa Marcha em Brasília no Congresso da UNE, os estudantes voltaram às ruas no dia 13 de agosto para anunciar a este governo que nós não daremos trégua. Agora além dos cortes, Weintraub apresenta o projeto de destruição da universidade pública: o Future-se, que retira do Estado a responsabilidade do financiamento das universidades públicas e IF’s, fortalecendo o mercado e incentivando a corrupção.

E, essa semana, o Ministério da Educação anti-científico, também cortou 84 mil bolsas CNPq, mobilizando pesquisadores de todo país para a 1°Greve Geral da Pesquisa, no próximo 18 de agosto. Precisamos seguir fazendo da luta da educação uma luta de maioria social, que dispute para fora de nossos muros a importância das universidades, e a necessidade de impor uma derrota ao projeto autoritário desse governo. Que não à toa ataca a educação de forma prioritária, pois visa limar qualquer espaço de discussão democrática entre aqueles que já demonstraram não aceitar suas medidas. Assim como tenta censurar e desmoralizar trabalhadores da cultura, seja com as ameaças à ANCINE, seja com a escalada de repressão aos funkeiros e artistas de rua, expressa na prisão do DJ Rennan da Penha. Unificar as lutas democráticas e da educação será chave para vencer. A derrota que tivemos com a aprovação da Reforma da Previdência no Congresso Nacional, não deve diminuir a força e a moralização do movimento estudantil que já construiu grandes atos e acredita ser possível derrotar Bolsonaro.    

O 13 de agosto, primeira ou segunda semana de aulas em muitas universidades (outras nem retornaram), foi, mesmo que em menor número em relação ao mês de maio, uma importante demonstração que os estudantes têm fôlego e disposição para resistir, entendendo que estamos no meio de uma batalha que será de longo prazo. A ideia de organização permanente precisa reascender as grandes assembleias comunitárias, e impulsionar conselhos abertos para discutir o Future-se dentro de nossas universidades e IF’s, mas ao mesmo tempo construir a disputa para fora, buscando dialogar diretamente com a sociedade, em unidade com os movimentos sociais e da cultura, construindo grandes festivais da educação. O 7 de setembro será outra data importante já convocada pela União Nacional dos Estudantes, para em conjunto com o Grito dos Excluídos disputar com o governo entreguista de Bolsonaro quem realmente defende o país. Não entregaremos de bandeja nossos sonhos, se Bolsonaro declara guerra a nós, o tsunami vai seguir.


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