A Rede Emancipa chora as mortes de Paraisópolis!
Na madrugada do último domingo a Polícia Militar de São Paulo foi responsável pela morte de 9 jovens ao reprimir brutalmente um baile funk em Paraisópolis.
Na madrugada do último domingo, 1 de dezembro, a Polícia Militar de São Paulo foi responsável pela morte de 9 jovens ao reprimir brutalmente um baile funk em Paraisópolis, periferia da capital. As circunstâncias das mortes não estão esclarecidas e diversos vídeos da operação feitos por moradores apontam para uma ação da polícia intencionalmente violenta e criminosa.
Entre as vítimas está Denys Henrique Quirino, de 16 anos, irmão de Danylo Amilcar, ex-aluno da Rede Emancipa, professor e coordenador do cursinho popular Salvador Allende na Zona Norte de São Paulo e hoje estudante de graduação em Geografia na Universidade de São Paulo.
Paraisópolis é uma das maiores favelas do Brasil, lá existem muitas dificuldades mas existe também muita resistência e muitos sonhos. A Rede Emancipa organiza em Paraisópolis um cursinho popular desde 2016. Apenas em 2019, este cursinho recebeu 232 jovens da região em busca do sonho de entrar em uma universidade.
Os responsáveis pelo assassinato dos jovens em Paraisópolis tem nome e sobrenome. Em primeiro lugar, o governador do estado, João Doria Jr., responsável direto pela autorização de operações de repressão da PM. Desde quando era prefeito de São Paulo, Doria já deixava claro ser representante do poder econômico e das elites da cidade, abandonando o povo que depende dos serviços públicos, atacando a previdência dos servidores e tentando privatizar dezenas de estruturas do Estado. Doria, como seus antecessores, nunca enfrentou a corrupção na PM, mas cultivou-a. Os moradores de Paraisópolis denunciaram que há um mês a PM aterrorizava a comunidade com abordagens violentas em uma operação “sem previsão para encerrar” lançada depois da morte de um sargento baleado em uma operação no bairro no final de outubro.
As mortes de Paraisópolis são responsabilidade também de Jair Bolsonaro e Sérgio Moro. O governo federal desde a primeira hora incentiva a violência da polícia e das milícias contra as periferias e a população negra. Uma violência que Bolsonaro e seus funcionários comemoram de todas as formas, sendo a principal delas a tentativa de regulamentar a corrupção e a impunidade nestas corporações por meio do “Pacote Anti-Crime”. Apresentado como política de segurança pública, esse projeto prevê, dentre outras coisas, o chamado “excludente de ilicitude” nas atuações policiais, ou seja, a licença para matar.
Neste momento de dor, declaramos nossa profunda solidariedade aos familiares das vítimas.
Nossa solidariedade é também dizer: Nenhum minuto de silêncio! Nem mais uma morte! Vidas periféricas importam.