Faleceu Manolis Glezos, o herói da resistência grega

Líder comunista lutou contra nazismo e foi figura importante da esquerda do país até sua morte.

30 mar 2020, 17:51

Manolis Glezos faleceu esta segunda-feira, em Atenas, vítima de uma paragem cardíaca aos 97 anos. Já estava hospitalizado desde o início do mês devido a uma gastroenterite e a uma infeção urinária.

Conhecido por muitos como um herói da resistência grega à ocupação nazi durante a Segunda Guerra Mundial, tinha 18 anos a 30 de Maio de 1941, o dia em que com o seu amigo Lakis Santas subiu à Acrópole para retirar uma bandeira que tinha sido erguida uns meses antes da ocupação. A Associated Press(link is external) relembra a descrição feita por Glezos algumas décadas depois: “era uma bandeira grande e quando caiu sobre nós, abraçámo-nos e dançámos um pouco no local”. Glezos foi preso várias vezes durante a guerra mundial, mas também na guerra civil que se seguiu.

Trabalhou como jornalista para o jornal oficial do Partido Comunista Grego e para o diário de esquerda Avgi. Foi eleito deputado diversas vezes no Parlamento Grego. Integrou as listas de vários partidos de esquerda e foi deputado durante mais de seis décadas. Em 2012 foi eleito deputado pelo Syriza no Parlamento grego e, em 2014, eurodeputado. Reformou-se no ano seguinte, mas continuou a ser uma voz politicamente ativa, participando da luta social contra a política de austeridade.

Em fevereiro de 2015, após a celebração de um acordo austeritário e subjugação do Governo grego ao Eurogrupo, que contrariava o seu próprio programa eleitoral, emitiu um comunicado público pedindo desculpa ao povo grego por ter apelado ao voto no Syriza e fez um apelo aos apoiantes do partido para que decidissem se aceitam ou não a decisão tomada.

A eurodeputada Marisa Matias reagiu à notícia da morte de Manolis Glezos nas redes sociais, destacando “a coragem e o exemplo” do dirigente político grego e “o privilégio” de com ele ter trabalhado na bancada do GUE/NGL. “A sua luta contra o Nazismo e uma vida inteira a olhar pelos que mais precisam ficam connosco”, sublinha Marisa.

Artigo originalmente publicado pelo esquerda.net.


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