Medidas urgentes para defender a vida

Para enfrentar o problema da pandemia, são necessárias medidas urgentes que reduzam a disseminação do vírus.

Israel Dutra e Thiago Aguiar 8 abr 2020, 20:39

A América Latina começa a sentir mais intensamente os efeitos da disseminação da Covid-19, assistindo ao aumento devastador do número de casos e mortes. Nos países latino-americanos, marcados pela intensa desigualdade social, pela escassez de moradias dignas para as massas populares e pela deficiência dos serviços de saneamento e de saúde, o impacto da doença tem potencial devastador.

Ao mesmo tempo, o impacto econômico e social será enorme em todo o mundo. A diminuição da atividade econômica é sentida na perda de empregos e de renda das famílias trabalhadoras. Entre os analistas burgueses, já se fala abertamente de uma recessão de 4 a 6% no Brasil em 2020. O caso brasileiro agrava-se com a ação de Bolsonaro, um governante que luta contra as medidas de distanciamento social, apontadas como essenciais pelos especialistas. Diante deste cenário, é fundamental lutar para que a vida esteja acima dos lucros.

Três questões de vida ou morte

Para enfrentar o problema da pandemia, são necessários três tipos de medidas urgentes, reduzindo a disseminação do vírus. A notícia que chegou do Rio de Janeiro, a respeito do crescente contágio em favelas, impõe maior gravidade à aplicação coerente desse plano imediato: garantia do isolamento social, pagamento da renda básica emergencial e medidas de guerra para aplacar a crise sanitária.

Enquanto Bolsonaro e parte dos empresários que o apoiam falam em “isolamento vertical” – uma medida pela qual se isolariam apenas quem fosse parte de grupos de risco, desconhecendo que a transmissão ocorre majoritariamente por meio de pessoas assintomáticas –, os especialistas apontam que a quarentena é o único antídoto possível para evitar um verdadeiro morticínio. Alguns defendem até em medidas de isolamento mais extremas como o lockdown.

É preciso exigir que o governo pague imediatamente, sem mais demora, os R$ 600,00 para trabalhadores informais, desempregos e para as famílias desamparadas, além de tomar medidas adicionais. Há que se evitar atrasos e buscar meios rápidos e acessíveis de entrega destes recursos, considerando-se que se trata de um contingente com dificuldade de acesso a contas ou à rede bancária, para que o dinheiro seja injetado de imediato. Trata-se, além de tudo, de recursos parcos e insuficientes para a garantia da vida de milhões de famílias. O PSOL defendeu que se pagasse pelo menos um salário mínimo para a renda emergencial e lutou, através de suas parlamentares, para regulamentar a questão das mulheres chefes de família.

Ao mesmo tempo, é preciso realizar um esforço de guerra sanitária para frear a velocidade do contágio e garantir assistência aos doentes. Para isto, é fundamental que o governo adote uma política de testes massivos imediatamente, amplie os recursos para o SUS e organize uma política de reconversão industrial – garantindo, assim, a produção e compra de insumos, equipamentos de proteção individual aos trabalhadores e de ventiladores e leitos de UTI em número adequado.

É possível lutar! Os inimigos têm nome e sobrenome: Covid-19 e Jair Bolsonaro!

Além de exigir que tais medidas emergenciais sejam realizadas, é preciso combater Bolsonaro e sua política que ameaça a vida do povo brasileiro, sabotando as iniciativas de combate à disseminação da doença e, de forma chocante, estimulando aglomerações. Também é fundamental enfrentar a submissão canina de Bolsonaro e de seu governo aos interesses dos Estados Unidos e de Trump, que publicamente se jacta de roubar equipamentos comprados por outros países, além de ameaçar militarmente a Venezuela, enviando embarcações de guerra ao Caribe, em meio à crise global da Covid-19. A saída de Bolsonaro da presidência é uma medida fundamental para preservar a vida, a saúde, a renda e o futuro do povo brasileiro. É preciso lutar e oferecer um caminho às dezenas de milhões que se indignam diariamente de suas janelas e às trabalhadoras e trabalhadores que enfrentam o perigo da enfermidade, diariamente, exercendo seu trabalho em atividades essenciais, como demonstra o esforço dos trabalhadores da saúde. O PSOL deve estar a serviço desta luta: Fora Bolsonaro!


TV Movimento

O Impasse Venezuelano

Debate realizado pela Revista Movimento sobre a situação política atual da Venezuela e os desafios enfrentados para a esquerda socialista, com o Luís Bonilla-Molina, militante da IV Internacional, e Pedro Eusse, dirigente do Partido Comunista da Venezuela

Emergência Climática e as lições do Rio Grande do Sul

Assista à nova aula do canal "Crítica Marxista", uma iniciativa de formação política da Fundação Lauro Campos e Marielle Franco, do PSOL, em parceria com a Revista Movimento, com Michael Löwy, sociólogo e um dos formuladores do conceito de "ecossocialismo", e Roberto Robaina, vereador de Porto Alegre e fundador do PSOL.

Desenvolvimento Econômico e Preservação Ambiental: uma luta antineoliberal e anticapitalista

Assista à Aula 02 do curso do canal "Crítica Marxista", uma iniciativa de formação política da Fundação Lauro Campos e Marielle Franco, do PSOL, em parceria com a Revista Movimento. Acompanhe nosso site para conferir a programação completa do curso: https://flcmf.org.br.
Editorial
Executiva Nacional do MES/PSOL | 01 nov 2024

Notas para um balanço do 2º turno eleitoral

Documento de balanço eleitoral da Executiva Nacional do MES/PSOL
Notas para um balanço do 2º turno eleitoral
Edição Mensal
Capa da última edição da Revista Movimento
Revista Movimento nº 54
Nova edição da Revista Movimento debate as Vértices da Política Internacional
Ler mais

Podcast Em Movimento

Colunistas

Ver todos

Parlamentares do Movimento Esquerda Socialista (PSOL)

Ver todos

Podcast Em Movimento

Capa da última edição da Revista Movimento
Nova edição da Revista Movimento debate as Vértices da Política Internacional

Autores

Pedro Micussi