Sâmia Bomfim pede ao MP apuração das condições de trabalho dos agentes funerários de SP
Deputada também exigiu esclarecimentos à Prefeitura sobre a subnotificação de mortes com suspeita de Covid-19.
A deputada Sâmia Bomfim protocolou um pedido no Ministério Público para abrir um inquérito civil a fim de apurar as condições de trabalho dos agentes funerários da cidade de São Paulo. Além de Sâmia, a deputada estadual Monica Seixas e o vereador Toninho Vespoli também assinam a petição.
Os números oficiais do Ministério da Saúde mostram que há 299 óbitos decorrentes de COVID-19 no Brasil, sendo que o estado de São Paulo é o epicentro da doença, com 188 mortes registradas, segundo dados divulgados em 2 de abril de 2020.
No entanto, a imprensa e organizações sociais têm chamado atenção para as subnotificações dos casos de Coronavírus. Uma matéria recente da Folha de S. Paulo apontou que, diariamente, os cemitérios paulistas têm 30 enterros por dia de mortos com suspeita de Covid-19.
Outra matéria alerta para um cenário é ainda mais grave: os profissionais do serviço funerário estão sem os equipamentos de segurança adequados; pessoas com mais de 60 anos continuam trabalhando nos cemitérios; e as jornadas de trabalho desses profissionais estão exaustivas e, ainda mais, insalubres.
“O serviço funerário é essencial, mas não podemos permitir que os trabalhadores fiquem expostos ao Covid-19 dessa forma, sem ter seus direitos garantidos. Todos os especialistas e infectologistas apontam um crescimento do Covid-19 no Brasil, portanto, se hoje já está havendo essa falta de informação e colapso funerário, o que acontecerá nas próximas semanas?”, argumenta a deputada.
Também foi pedido ao MP que determine a convocação dos aprovados no concurso público para os serviços funerários do município de São Paulo.
Explicações à Prefeitura de SP
Os parlamentares Sâmia Bomfim, Monica Seixas e Toninho Vespoli também exigiram explicações à prefeitura sobre o caos funerário. Além da reportagem da Folha – que trouxe fotos de corpos que foram apenas enrolados em lençóis e colocados dentro do caixão – procedimentos considerados errados para enterro das vítimas de Covid-19, não faltam relatos de pessoas cujos parentes deram entrada em hospitais com problemas respiratórios, faleceram e não tiveram a causa da morte esclarecida.
Dentre os esclarecimentos solicitados aos órgãos municipais estão: explicações sobre protocolos seguidos em casos de mortes suspeitas pela Covid-19; número exato de sepultamentos até agora; estimativa de mortes suspeitas por Covid-19, e medidas adotadas para preservação da saúde dos profissionais do serviço funerário.
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